Startup do Vale do Silício promete comprar clube de futebol e entregar gestão aos torcedores
Profissionais com quase duas décadas de experiência em suas respectivas áreas, que se conheceram recentemente em programa para executivos da Universidade de Stanford, na Califórnia, pretendem entregar o controle de um clube de futebol para torcedores comuns.
Eles fundaram a empresa f2o, do Vale do Silício, que se apresenta ao mundo nesta terça-feira. O nome é um acrônimo para “fan to owner” (“fãs a proprietários”). O americano Wolfgang Muller é co-fundador e CEO, enquanto a área de digitalização está com o brasileiro Leo Learth.
A inspiração deles está no esporte americano, no qual franquias esportivas de futebol americano, basquete e demais modalidades são poucas e estão avaliadas em bilhões de dólares. Somente pessoas muito abastadas estão habilitadas a adquirir propriedades relevantes.
O primeiro passo da empreitada é levantar dinheiro no mercado de capitais dos Estados Unidos, por meio de crowdfunding (“vaquinha”) com a fiscalização do SEC (Securities and Exchange Commission), órgão fiscalizador que se assemelha à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A etapa seguinte é a aquisição de um clube de futebol. O alvo não está nos Estados Unidos, mas na Europa, mais especificamente na Espanha. O nome da equipe ainda não foi revelado, bem como outros detalhes, mas sócios da empresa estiveram no país recentemente.
A proposta é que esse clube seja administrado pelos torcedores que fizerem o investimento — sem deixar que milionários ou bilionários se apropriem da empresa e tomem todas as decisões. Isto inclui criar uma governança que permita aos vários investidores, ainda que minoritários, terem voz sobre os rumos tomados pela agremiação.
Até que ponto o torcedor poderá determinar o futuro do clube? A democratização deve ocorrer em estágios. Os responsáveis pelo projetos sabem que a escolha de jogadores e treinadores é uma decisão que precisa ser tomada por executivos, gente do ramo. Eles sabem também que decisões banais, como a pintura do ônibus, não bastam.
A estratégia está baseada em três pilares: descentralização (para que a propriedade se divida entre fãs, não necessariamente ricos), digitalização (para que a administração seja viável mesmo à distância) e globalização (para que fãs do mundo todo se conectem a um clube)… leia mais em ge.globo 03/10/2023