O Brasil vive um momento único para as startups. Já são 20 unicórnios, as empresas desse perfil que valem, pelo menos, 1 bilhão de dólares, e o país viu um recorde de aportes e investimentos em agosto, de mais de 3,5 bilhões de reais. As histórias de sucesso se multiplicam, mas ainda são focadas nas empresas que cresceram e ficaram gigantes, recebendo aportes de fundos de capital de risco internacional.

O que os empreendedores de sucesso têm em comum? Inovação será a chave de 2021.

Além dessas histórias, são mais de 13.400 startups no país em diferentes etapas da vida de um negócio. Nem todas elas serão unicórnios, mas também muitas não se propõem a ser. É cada vez mais comum o movimento de saída antecipada no Brasil, as Startups que atingem algum grau de maturidade em até 5 anos e são vendidas para outras empresas por um valor entre 5 e 50 milhões de reais.

É justamente dessas empresas que trata o livro Saída de Mestre: estratégias para a compra e venda de uma startup, que entrou em pré-venda na última semana. O título é de autoria de João Cristofolini, CEO e fundador da Pegaki, uma startup de pontos de retirada que realizou uma saída no início deste ano, com venda para a Intelipost, de tecnologia para gestão logística. O valor do negócio não foi revelado. Co-autor do livro é Eduardo Cosomano, jornalista e fundador da agência EDB Comunicação. A obra está à venda na Amazon e também no site do Saída de Mestre, que garante uma Master Class com os autores.

As primeiras páginas são reservadas para contar a história da Pegaki, desde o surgimento, estágios iniciais de incubação, controle de custos, busca por investidores e os processos de negociação, culminando na pandemia que, de início, parecia um fim em si mesma. A empresa saiu desse processo vitoriosa, porém, diante do aumento do e-commerce e conseguiu alinhar o trabalho que já fazia de pontos de coleta e retiradas com o boom do comércio eletrônico, impulsionado por mais gente em casa. O trabalho foi consolidado com a aquisição pela Intelipost.

A parte final do livro conta casos de outras empresas e empreendedores que também optaram por uma saída antecipada, fossem por motivos pessoais ou porque o negócio era simplesmente imperdível naquele momento. Durante toda a obra, o aspecto humano de fundadores e pessoas que conduzem startups é levado em conta, principalmente no momento de vender. Cosomano e Cristofolini entraram em detalhes mais aprofundados em conversa com a EXAME…..

Unicornios

Como vocês enxergam o momento pós-aquisição? É preciso um plano para integrar uma startup a uma grande empresa e um negócio já consolidado?

Eduardo: Existe uma razão pela qual os empreendedores de startups saíram do esquema tradicional para buscar inovação. Fala-se muito em ecossistema, mas é porque é um habit diferente, o cara vive outra coisa, bebe outra coisa, respira outra coisa. É preciso levar isso em consideração quando uma startup é comprada, no que diz respeito a um plano para manter os empreendedores e as equipes trabalhando e crescendo lá dentro. Cultura não é um chavão, é o habitat. Pode-se estar no melhor lugar do mundo, mas se não for nativo vai ser sempre deslocado. Isso é muito apontado no livro, porque se não for levado em consideração morre o ativo que foi adquirido. As empresas que compram startups hoje têm um plano de integração, não é simplesmente uma compra para acumular receita ou para virar uma funcionalidade nova lá dentro… leia mais em indicesbovespa. 11/09/2021