A agência e produtora Take4 Content, do empresário Cassiano Scarambone, comprou parte da empresa Luccas Toon Studios, do influenciador digital Luccas Neto, voltado ao público infantil. O negócio como um todo foi avaliado em R$ 300 milhões, e a compra da participação, de valor não revelado, envolveu troca de ações e dinheiro.

A operação foi realizada por meio da recém-criada Take4Capital, que terá além de Scarambone e Luccas Netto, outro parceiro investidor, empresário com atuação em área fora do entretenimento, que prefere ficar no anonimato.

Segundo Scarambone, a Take4Capital tem como objetivo adquirir de 10 a 15 canais nos meios digitais nos próximos três anos, tornado-se um “hub” de conteúdo on-line em várias áreas, desde beleza até distribuição de remédios. “Queremos ser uma Sky de canais digitais”, diz o empresário.

Scarambone vem de família de empreendedores. Diz que sua principal influência é a avó Odaleia, que vendia doces na Tijuca, Zona Norte do Rio. O pai transformou a lojinha da Tia Léa na rede de doces Lecadô, com 40 lojas.

Take4 compra participação em estúdio
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Para Scarambone, que foi sócio dos irmãos Luccas e Felipe Neto até 2018, Luccas será um Walt Disney brasileiro. Ele ressalta o potencial dos estúdios de Luccas, com 4 mil m2, dois prédios de cinco andares, 13 filmes produzidos, quase todos entre os 10 mais vistos nos canais de TV paga. Além disso, enumera: 170 produtos para os canais digitais, mais de 300 campanhas publicitárias realizadas e 14 canais digitais.

Scarambone começou a “empreender” fotografando surfistas na praia da Barra da Tijuca e vendendo as fotos para os próprios. Passou uma temporada em Miami, para onde seu pai o enviou para estudar administração, e trabalhou em uma loja de eletrônicos.

De volta ao Brasil, abriu um estúdio de gravação, depois uma produtora de vídeo. “Comprava fiado os discos de gravação no camelódromo”, lembra, divertido. Passou a atender grandes clientes. Depois começou a levar empresas para os canais digitais.

“A produção para os canais digitais não pode ser transcrita de um filme feito para televisão”, afirma, “toda a criação desde o início precisa ser feita para o canal digital”.

“Entendi que a grande sacada é juntar audiência e influência”, comenta o empresário, que ambiciona partir para um IPO (abertura de capital na bolsa) em três anos… leia mais em Valor Econômico 25/07/2022