O Leilão de Reserva de Capacidade na forma de energia (LRCE) de 2022, que será realizado na hoje (30) na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), promete surpresas.

Vários pontos ainda estão em questionamento – a viabilidade dos projetos, o preço do gás, pedidos de impugnação do certame e infraestrutura de gasodutos. Os agentes do setor chamam de “leilão da Eletrobras”, pois a contratação foi imposta na lei da privatização e ficou conhecida como “jabutis” – termo referente a inclusões de textos não relacionados à pauta específica de propostas legislativas. No caso, a desestatização da elétrica.

Aliás, o certame é fruto de lobby do setor de gasodutos no Congresso Nacional, que tornou obrigatória a contratação de térmicas em locais que não dispõem de dutos. O objetivo é contratar 2 GW de empreendimentos a gás natural em projetos no Norte e Nordeste (Maranhão e Piauí) com prazo de 15 anos. Outra exigência é que as usinas devem estar ligadas 70% do ano sem se sujeitarem a regras de despacho do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Térmicas polêmicas vão à leilão na CCEE

O preço-teto será R$ 450 por megawatt-hora (MWh), mas o setor de gás vem tentando interferir no valor. Distribuidoras de gás no Maranhão (Gasmar) e no Piauí (Gaspisa) queriam elevar em 33% o preço-teto. Ambas as empresas têm participação acionária do empresário Carlos Suarez, apontado como um dos principais interessados no leilão… leia mais em Valor Econômico 30/09/2022