Crescimento do número de operações de fusão e aquisição em TI no mês de fevereiro/16. Foram 15 negócios anunciados com destaque pela imprensa, representando um aumento de 35,4% em relação ao mês anterior. No acumulado dos primeiros dois meses do ano registrou-se queda de 25,7%.
O investimento total no mês de fevereiro chegou a cerca de R$ 1,0 bilhão representando crescimento  de 12,8%  em relação ao mês anterior.
Os segmentos de SOFTWARE e MÍDIA concentram o maior número de operações no mês.
Quanto ao racional do investimento as operações direcionadas à Escala predominaram.
Transações envolvendo empresas de pequeno porte foram em maior volume.
Em fevereiro os investidores estratégicos foram  mais ativos em volume, como também os de capital nacional.
O Indicador de Volume de Transações de M&A do mês  sinaliza uma queda contínua.
As maiores transações anunciadas em fev/16, foram: (i) A chinesa HNA comprando a distribuidora americana de tecnologia Ingram Micro por US$ 6 bilhões. O negócio terá repercussão no Brasil, onde a Ingram está desde 1997, e em out/15, comprou o Grupo Ação,  que deve contribuir com mais de US$ 300 milhões no faturamento anual da Ingram Micro; (ii)  Moip Pagamentos uma das principais empresas de sistema de pagamento do Brasil, foi comprada pela alemã Wirecard por R$ 165 milhões.

Operações de Fusões e Aquisições de Tecnologia da Informação – TI e Telecom, noticiadas com destaque na imprensa brasileira ao longo do mês. corrente As informações deste relatório, elaborado pelo Blog FUSÕES & AQUISIÇÕES (http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br) estão apresentadas em blocos, detalhando as transações por Volumes e Valores, Segmentos, Racional do Investimento, Porte das empresas, Perfil do Investidor, Destaques do mês e Relação das Transações.

ANÁLISE DO MÊS

Principais constatações.
No mês de fevereiro/16 foram realizadas 15 transações,  representando um crescimento de 35,4%  em relação ao mês anterior (11 transações) e uma queda de 16,7% em relação a fev/15 (com 18 operações). No acumulado dos primeiros dois meses de 2016,a queda foi de 25,7% comparativamente ao mesmo período de 2015.

No fluxo de transações realizadas, fevereiro/16 apresentou uma ligeira recuperação, mas, mesmo assim, os dois meses de 2016, estão sendo os menores  nos últimos doze meses,

O objetivo do Indicador de Volume de Transações de M&A é sinalizar uma expectativa de tendência, com base na análise do verificado nos períodos semestrais móveis. O período móvel findo em fevereiro/16, sinaliza uma queda continuada.

Os segmentos de maior volume de operações em fev/16, foram os de SOFTWARES e MÍDIA  com 60,0% do total

Na classificação entre os Segmentos de TI no mês de fevereiro, os subsegmentos  de Horizontais de SOFTWARES e Conteúdo/mídia digital e serviços de marketing (comunicação de marketing e marketing/mídia de tecnologia) foram os mais ativos.

Quanto aos montantes das transações, incluindo as operações que divulgaram os valores e as não divulgadas (estimados), o mês  totalizou cerca de um bilhão e onze milhões de reais, representando um crescimento de 12,8%  em relação ao mês anterior.  No comparativo do acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior,  o crescimento foi de 87,4%. Desse total, 55,4% correspondem ao Valores Divulgados e 44,6% Valores Não Divulgados.
Comparando-se o número de transações por segmentos, compiladas nos últimos três anos, o destaque entre os mais ativos acumulados do ano, verifica-se crescimento em três segmentos e queda em outros quatro. SERVICOS DE INTERNET foi o de maior queda. O destaque ficou por conta do apetite do segmento de MIDIA.

RACIONAL DO INVESTIMENTO
A intenção é distinguir as transações de M&A na área de TI, Telecom e Mídia, em função da Tese de Investimento, ou seja, os conceitos que prevaleceram para a aquisição da empresa-alvo. Na maior parte das vezes a notícia não é muito clara a respeito dos direcionadores de valor que levaram à aquisição. Mesmo assim, procurou-se identificar as premissas sobre o Racional da transação para segregar em 4 grandes grupos, de modo a permitir o entendimento das principais vetores que estão orientando os investidores estratégicos e financeiros.
No período de jan e fev/16, as operações com o racional do investimento direcionado para Escala prevaleceram – voltadas para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias. Destaque para os investimentos em Internacionalização.

(1) Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos
(2) Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências
(3)Aumentar market-share, aproveitar sinergias e economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares
(4) Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala;

PORTE DAS EMPRESAS
O objetivo é proporcionar uma visão das transações classificadas em função do porte das empresas. Utilizou-se o critério adotado pelo BNDES e aplicável a todos os setores para a classificação do porte em função da Receita Bruta anual (informada ou estimada).
Em relação ao porte, os investidores deram preferência para empresas de pequeno porte no presente mês. Interessante notar a queda significativa do número de transações de grande porte no comparativo com o mesmo período de 2014.

 • Microempresa <= R$ 2,4 milhões
 • Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões
 • Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões
 • Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões
 • Grande empresa > R$ 300 milhões

PERFIL DO INVESTIDOR
Em relação ao perfil do investidor, das 15 operações, os Investidores Estratégicos foram responsáveis por 12 negócios em fev/16. Desse volume, 6 operações foram realizadas por empresas de capital nacional e 6 de capital estrangeiro. Os investidores financeiros,  representados por Fundos de Investimentos realizaram  3 negócios,  distribuídos entre capital estrangeiro com 2 e nacional com 1.
No acumulado do ano, o Investidor Estratégico destaca com maior número de operações – 21, bem como  o Investidor Nacional – 14.
Já no que tange ao montante das transações, os Investidores Estratégicos representaram 95,4%.  Por sua vez, os Investidores Estrangeiros foram responsáveis por 93,5% dos investimentos.

(1) Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço.
(2) Fundo de Investimento Private Equity; Venture Capital, Angel;
(3) Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não).
(4) Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não).
PS.Quadro acima foi alterado em 05/04/2016


NACIONALIDADE DOS INVESTIDORES
Em relação à nacionalidade das empresas que estão investindo no Brasil no mês de fev/16, foram registrados 8 operações de 6 países de origem. No acumulado do ano, foram 12 operações com investidores estrangeiros. O Reino Unido foi responsável por um terço dos negócios.

MAIOR TRANSAÇÃO DIVULGADA NO MÊS
As maiores transações neste mês foram (i) O conglomerado chinês de aviação, logística e turismo HNA comprou a distribuidora americana de tecnologia Ingram Micro por US$ 6 bilhões. O negócio terá repercussão no Brasil, onde a Ingram está desde 1997, hoje com uma sede administrativa em Barueri, a centros de distribuição em Serra, no Espírito Santo, assim como escritório comercial e centro de treinamento em Belo Horizonte. Em outubro/15, essa presença aumentou significativamente com a compra do Grupo Ação, uma das maiores empresas brasileiras do segmento de distribuição de TI. A Ação deve contribuir com mais de US$ 300 milhões no faturamento anual da Ingram Micro; (ii)  Moip Pagamentos é comprada por empresa alemã por R$ 165 milhões. A Moip Pagamentos, uma das principais empresas de sistema de pagamento do Brasil, foi vendida para a alemã Wirecard por cerca de R$ 165 milhões, informaram as empresas.

RELAÇÃO DAS TRANSAÇÕES
A relação das transações de Fusões e Aquisições na área de TI, segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e compiladas pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. Todas podem ser pesquisadas e localizadas no blog.

RELATÓRIO ANTERIOR:

M&A – QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

 O RADAR de M&A em TI tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições, no setor de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação, bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão mensal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.