Quinze dias antes do fim de 2021, a Olist anunciou que havia recebido o maior aporte da história da empresa: US$ 186 milhões, em uma rodada Série E liderada pelo fundo norte-americano Wellington Management, que investia pela primeira vez em uma empresa privada da América Latina. O valor elevou a startup brasileira, fundada no Paraná, ao status de unicórnio, e reforçou o caixa da empresa para os anos que viriam — de menos liquidez no mercado.

O caminho da Olist até alcançar o valuation de US$ 1,5 bilhão passou por diferentes fases até chegar a seu modelo de negócio atual. Criada oficialmente em 2015 para solucionar dores de empreendedores no e-commerce, tais como gerenciamento de estoques e vendas em marketplaces, a companhia é fruto de anos de experiência de Tiago Dalvi, cofundador e CEO, no varejo offline.

Em 2024, o executivo está focado em ampliar a base de clientes de sua nova vertical: um banco digital voltado para varejistas, anunciado ao mercado durante a segunda edição do Web Summit Rio, em abril.

Confira a história da empresa e os planos de Dalvi para a operação, em nossa série especial sobre unicórnios brasileiros.

Solidarium: a gestação da Olist

Antes de criar a Olist, Dalvi era CEO da Solidarium, que nasceu em 2006 e funcionava como uma espécie de “vitrine” para produtos de artesãos, a fim de facilitar a venda de seus produtos. Em 2007, a empresa abriu uma loja no Shopping Novo Batel, em Curitiba. A operação quase faliu no primeiro ano, por não ter uma marca reconhecida e capital para manter a estrutura. No ano seguinte, passou a operar no modelo de distribuição via redes varejistas, para escalar. Então, em 2012, Dalvi lançou o primeiro marketplace da Solidarium, o que, anos mais tarde, daria origem ao primeiro modelo de negócio da Olist.

“A ideia de montar a minha primeira empresa lá atrás, a Solidarium, era para ajudar outros empreendedores. Ao longo do tempo, identificamos dificuldades no nosso próprio modelo de negócio e fomos ajustando. Da loja em shopping passamos a atuar como distribuidora em grandes varejistas. Fizemos isso por quase seis anos, e então pivotamos de novo, para nos transformarmos em marketplace e seguirmos no digital, até que viramos a Olist”, recorda Dalvi.

A startup nasceu efetivamente em 2015, depois de uma década de experiência em varejo offline, distribuição e markeplace. “Viver esses diferentes modelos de negócio foi fundamental para sermos o que somos hoje, porque entendemos a experiência do varejista”, relata o executivo.

Modelos de negócio: as três fases da Olist

O primeiro modelo de negócio da startup era focado em um serviço apenas: um software voltado para pequenos e médios varejistas que gostariam de vender seus produtos em grandes marketplaces, como Mercado Livre e Amazon. A Olist fazia essa integração entre o lojista e o marketplace.

“Nos primeiros cinco anos de empresa, não fizemos nada além disso, e esse foco absoluto nos permitiu crescer. Somos líder de mercado para quem quer vender em marketplace, e isso trouxe uma robustez muito grande para a plataforma. Captamos rodadas de investimento por conta disso, o que nos permitiu investir no que chamo de segunda fase da empresa”, lembra Dalvi.

O executivo se refere a 2019, quando a empresa passou a reformular o negócio para atender a outras dores dos varejistas, além da venda em marketplace. No final de 2020, fechou a compra da social commerce Clickspace e da logtech PAX, e em 2021 adquiriu a plataforma de e-commerce VNDA e a startup Tiny ERP…. leia mais em Época Negócios 28/05/2024