A Via acaba de informar que engajou cinco bancos para coordenar uma oferta primária de ações que pretende levantar R$ 1 bilhão, três semanas depois de o CEO da companhia, Renato Franklin, ter indicado que não havia condições para buscar um follow-on no curto prazo.

Segundo a empresa, três dos principais acionistas manifestaram a intenção de exercer o direito de prioridade na oferta: os fundos Goldentree e Twinsf, que têm 7,83% e 7,51%, respectivamente; e Michael Klein, da família fundadora da varejista, que tem 2,51%. Os demais acionistas também poderão participar por meio da oferta prioritária.

Cobrada pelo mercado para interromper a queima de caixa, a Via disse que a captação tem o objetivo de melhorar a estrutura de capital da empresa, incluindo o reforço do capital de giro e o investimento em cotas subordinadas da operação de FIDC da carteira de crediário. No segundo trimestre, a varejista apresentou uma dívida líquida de R$ 900 milhões e um prejuízo líquido de R$ 492 milhões.

Ao Valor, Franklin disse no início de agosto que não dava para seguir o caminho de uma oferta em um cenário em que a empresa ainda não consegue entregar resultados. “Olhamos todas as possibilidades de captação, mas não tem como ir a mercado e falar em follow-on ainda”, afirmou à época.

A declaração foi dada em um contexto em que a Via apresentava ao mercado um plano de austeridade para mostrar compromisso com a interrupção da queima de caixa.

Em custos fixos, além do fechamento de até 100 lojas com margens negativas, o plano inclui a revisão de contratos de locação e ações para melhorar produtividade dos centros de distribuição, num ganho projetado de R$ 240 milhões ao lucro antes do imposto de renda e contribuição social. A Via já reduziu em 25% sua estrutura organizacional, com um corte de seis mil pessoas até agosto (quase 15% do total de empregados)…. leia mais em Pipeline 31/08/2023