Wheaton compra operação da Verescense
Com o negócio, vendas da empresa brasileira vão ficar próximas do R$ 1 bilhão
A fabricante brasileira de embalagens de vidros Wheaton, acertou a compra da operação brasileira da Verescense (antiga SGD). A incorporação vai garantir um incremento de cerca de 28% para a Wheaton no Brasil, que vai ver o seu faturamento ficar próximo da casa do R$ 1 bilhão. O negócio vai fazer da Wheaton uma das maiores operações globais de embalagens de vidros para perfumaria e cosméticos do mundo.
De origem francesa, a Verescence é a maior fabricante de embalagens de vidros para perfumes do mundo. Por aqui, a empresa tinha a Natura como maior cliente, além de posições fortes no Grupo Boticário e na Avon. A estratégia da empresa desde que chegou ao Brasil, no final dos anos 1990, ainda como Saint Gobain Desjonquers sempre foi a de restringir seu atendimento a alguns poucos grandes clientes.
A venda da operação brasileira da Verescense era algo esperado. O terreno no qual estava instalada a planta da empresa pertence ao grupo Saint Gobain, mas é ocupado, em sua maior parte, pela também fabricante de vidros Verália, antiga Santa Marina, que deve concluir a construção de uma nova fábrica em Jacutinga, no interior paulista, em 2019, deixando de ser locatário do terreno atual. Para completar a situação, o forno que abastecia as linhas de produção da empresa estava apresentando risco de vazamento. Por ser um investimento bastante elevado, da ordem de R$ 40 milhões, é bem provável que a empresa teria dificuldades de convencer o fundo Oaktree, controlador da Verescence a realizar esse investimento num terreno do qual teriam que sair em breve.
A aquisição reforçará a posição da Wheaton em três dos seus principais clientes e ampliará a sua liderança no mercado local, uma vez que a SGD era a vice-líder no mercado. Com a operação, os moldes e todo o maquinário, incluindo a linha de pintura de frascos e os moldes da Verescense será transferido para a planta da Wheaton em São Bernardo do Campo. Para o diretor Comercial da Wheaton, Renato Massara, o mais importante neste momento é garantir tranquilidade ao mercado e que os clientes da Verescence não irão sofrer nenhuma ruptura. “Estamos nos preparando para receber as linhas da Verescence desde agosto. Reformamos um forno que estava parado há dez anos e ampliamos outro. Com isso teremos quatro fornos a disposição do mercado”, afirma o executivo. O investimento realizado pela empresa apenas para receber as linhas da SGD foi de R$ 45 milhões. A empresa também tem planos de construir um novo forno a curto prazo. Atualmente, a Wheaton opera 24 linhas de produção dedicadas ao mercado de beleza. A Verescence operava seis linhas, mas vinha utilizando apenas três delas ultimamente, por conta do problema com o forno. “Queremos ganhar competitividade. Estamos numa condição muito boa de qualidade e operações e queremos reforçar ainda mais essa posição”, pontua o diretor comercial.
Agora, além da Wheaton, a única empresa com produção de frascos de vidro para perfumes e cosméticos no Brasil é a também brasileira Vidraria Anchieta. A mexicana Vitro, que tem um terreno na Bahia para a construção de uma fábrica há pelo menos dois anos, ainda não iniciou a construção.
A Verescense foi criada a partir da cisão da área de perfumaria e cosméticos da antiga SGD, que passou a se concentrar no mercado de embalagens para o setor farmacêutico. Apesar disso, aqui no Brasil a empresa continuava atendendo ao mercado farmacêutico, operação que também será incorporada pela Wheaton. Fonte: Cosmética News Leia mais em panoramafarmaceutico16/03/2018