X2 avalia comprar minas da Anglo American no Brasil, dizem fontes
A X2 Resources, empresa de private-equity fundada pelo ex-presidente da Xstrata, Mick Davis, está entre as empresas que estudam uma oferta pelas minas brasileiras de nióbio e fosfato da Anglo American, disseram duas pessoas com conhecimento sobre o assunto.
A Anglo contratou o Goldman Sachs e o Morgan Stanley para vender os ativos como um pacote avaliado em US$ 1 bilhão e espera receber propostas na semana que vem, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões são privadas.
A Anglo American, a X2, o Goldman Sachs e o Morgan Stanley preferiram não comentar.
A Anglo, que tem sede em Londres, está procurando captar mais US$ 4 bilhões com vendas de ativos para enfrentar o colapso dos preços das commodities após gerar cerca de US$ 2 bilhões desfazendo-se de sua produtora de asfalto, de duas minas de cobre no Chile e de ativos de exploração de platina na África do Sul.
A South32, produtora de alumínio, carvão e manganês que foi separada da BHP Billiton no ano passado, também está estudando uma oferta, disseram três pessoas com conhecimento da situação no mês passado.
Sobrecarregada por dívidas e com muitas minas deficitárias, a Anglo registrou o pior desempenho do índice FTSE 100, do Reino Unido, no ano passado.
Mesmo depois de subir 31% na semana passada com a recuperação dos preços das commodities, o valor de mercado da empresa ainda é baixo, de US$ 6,1 bilhões, e contrasta com uma dívida líquida de US$ 12 bilhões, segundo dados compilados pela agência de notícias Bloomberg.
Segundo o plano de recuperação do CEO Mark Cutifani, a Anglo ficará centrada em sua dezena ou mais de ativos mais lucrativos.
Entre eles estão diamantes, por meio de sua unidade De Beers, cobre e platina. Cutifani, 57, disse em uma conferência nesta semana que 2016 parece ser um ano “ainda mais desafiador” para o setor.
Davis fundou a X2 em 2013 com outros ex-executivos da mineradora adquirida pela Glencore no início daquele ano.
Ele captou cerca de US$ 5 bilhões entre apoiadores como o Noble Group, o fundo de private-equity TPG Capital e outros investidores de fundos soberanos de investimentos e de pensões em 2014. Até o momento, Davis não empregou nenhum capital. Bloomberg Cristiane Lucchesi, Juan Pablo Spinetto e Thomas Biesheuvel Leia mais em Bol.Uol 11/02/2016