A maioria dos bancos tenta conquistar o cliente ali na faixa dos 20 anos — idade em que (com alguma sorte) ele passa a ter salário e condições para tomar um empréstimo e/ou ter um cartão de crédito.

Os fundadores da Z1 tiveram uma ideia para sair na frente da concorrência: que tal antecipar a janela em dez anos, capturando o cliente quando ele ainda não tem idade pra dirigir nem beber?“As pessoas dificilmente mudam de banco ao longo da vida, então queremos adquirir esse cliente cedo para que ele continue com a gente por muito tempo,” diz João Pedro Thompson, um ex-investment banker do Itaú BBA que fundou a Z1, o banco para quem passa o dia no TikTok.

Thompson e os outros fundadores — Thiago Achatz (ex-Yellow e Rappi), Mateus Craveiro (ex-Pagar.me) e Sophie Secaf (ex-Box 1824) — estão apostando em vídeos bem humorados e numa estética pop para conquistar o cliente com uma conta digital e um cartão pré-pago, aceito inclusive nas compras online.

A Z1 não abre os números, mas disse que sua conta já é usada por “algumas dezenas de milhares” de clientes, dos quais 80% têm entre 13 e 18 anos. Segundo João, os clientes mais novos têm 8 anos de idade.

Agora, a startup acaba de levantar R$ 14 milhões para acelerar a captação desses clientes-mirins e cobrir suas necessidades de caixa — dela, não dos clientes — por um ano e meio.

A rodada de seed money foi liderada pelo Homebrew, o fundo americano de VC que foi um dos primeiros investidores do Chime, a startup que tem 35% do mercado de bancos digitais nos EUA e já vale US$ 14,5 bi. A captação também teve a participação do Clocktower Technology Ventures, Soma Ventures, Rebel, Goodwater, Gaingels (um fundo focado em empreendedores LGBT) e Mantis (da dupla de DJs The Chainsmokers).

A startup já havia levantado outros R$ 4 milhões com a MAYA Capital, a gestora de Lara Lemann e Mônica Saggioro, e com investidores-anjo incluindo Renato Freitas e Ariel Lambrecht, os fundadores da 99. Entre janeiro e março, a Z1 foi acelerada no Y Combinator.

A startup está tentando replicar no Brasil o modelo de fintechs como a Greenlight, que foi avaliada em US$ 2,2 bilhões numa rodada liderada pelo Andreessen Horowitz, e a Step, que já levantou US$ 100 milhões e vale perto de US$ 300 mi… Leia mais em Brazil Journal 12/05/2021