O Bradesco divulgou hoje boletim com revisão de PIB de 2022 de alta de 2,7% para 3%. Para o PIB do ano que vem a estimativa sai de crescimento de 0,5% para alta de 1%. O banco também revisou estimativas para inflação e taxa de juros básica. A projeção de IPCA para o ano que vem foi revisada de 4,9% para 5,1%. Para este ano foi mantida em 5,7%. A estimativa da Selic ao fim do ano que vem subiu 11,75% para 12,25%. A taxa de câmbio se mantém projetada em R$ 5,25 ao fim do ano que vem.

O boletim veiculado pelo banco destaca que, com a usual revisão das Contas Nacionais divulgada pelo IBGE, o nível do PIB entre 2020 e o segundo trimestre de 2022 ficou 1,1 ponto percentual acima do que o anteriormente estimado. Além disso, apesar do ambiente incerto dado principalmente pelas discussões sobre o arcabouço fiscal, a atividade econômica tem desacelerado apenas gradualmente neste fim de 2022.

A definição da política econômica, incluindo a política fiscal e parafiscal, será o principal tema da economia brasileira em 2023, ressalta o boletim. “Por enquanto, há poucas definições, mas houve piora nas condições financeiras nas últimas semanas. Mesmo que a despesa pública se mantenha constante em relação ao PIB, a queda de receitas, os juros mais elevados e o menor crescimento econômico levarão a um aumento da relação dívida/PIB, o que demandará uma estratégia de reversão.”

Bradesco eleva projeção de crescimento do PIB

Olhando para frente, diz o banco, o cenário é de desaceleração da atividade, mas alguns vetores vão contribuir para um crescimento em 2023 maior que o projetado anteriormente.O consumo das famílias, estima o Bradesco, deve crescer menos do que em 2022, mas ainda contribuirá de maneira positiva.

“O mercado de trabalho mostra sinais de perda de fôlego, com um menor crescimento da população ocupada, em especial no mercado formal. No entanto, o aumento do salário mínimo e as transferências de renda são fatores que adicionam crescimento à massa de renda ampliada. Do lado da formação bruta de capital fixo, há ainda investimentos que estão maturando e irão compor o PIB do próximo ano.”

O cenário base do banco prevê um impulso fiscal menor para o ano que vem do que o de 2022. “Entretanto, vários indicadores sugerem que a economia opera com baixa ociosidade. Por isso, elevamos nossa projeção para o IPCA de 2023 de 4,9% para 5,1%. Esse número não contempla a reoneração dos impostos federais sobre combustíveis.”

A volta integral do PIS/Cofins, sobre esses produtos adicionaria cerca de 0,7 ponto percentual ao IPCA do ano que vem, calcula a equipe econômica do banco. “Acreditamos que a decisão sobre esse tema passará pelos níveis da taxa de câmbio, do preço do petróleo e pelos eventuais benefícios do aumento da arrecadação para a redução do déficit primário.”

Inflação e atividade em níveis maiores do que o esperado sugerem que a taxa de juros ficará em 13,75% por um período mais longo do que o previsto anteriormente, diz o boletim. O banco espera agora que a Selic permaneça no nível atual pela maior parte de 2023, caindo apenas no final do ano. A projeção atual é de que os juros terminarão o próximo ano em 12,25%… leia mais em Valor Investe 21/12/2022