Aportes em startups crescem em maio, mas ainda estão distantes do padrão anterior
Um relatório da empresa de tecnologia Distrito, publicado na última sexta-feira (2), mostrou que a soma dos aportes em startups cresceu 22,5% em maio na comparação com abril. Os R$ 550 milhões levantados por empresas de tecnologia nacionais, porém, representam apenas um quarto do que foi captado no mesmo mês de 2022.
O montante foi puxado especialmente por uma captação da startup de software Digibee, que fechou uma rodada série B de R$ 300 milhões na última semana do mês. A transação foi liderada pelo Goldman Sachs Asset Management e contou com a participação da Leadwind, vertical de growth da gestora europeia K Fund, em seu primeiro aporte na América Latina, e o Vivo Ventures, fundo de CVC da operadora.
Outro destaque foi da startup de experiência do consumidor Track.co, que levantou R$ 33 milhões em uma rodada da TM3 Capital e Green Rock. Já a retailtech Mob2Con conseguiu R$ 5 milhões do fundo Hindiana, que tem Rappi e Petlove no portfólio.
“O ciclo global de aperto monetário continua a influenciar o apetite por investimentos de risco. Este foi o terceiro mês consecutivo de aumento no volume monetário. No entanto, apesar desse aumento, a quantidade de deals realizados diminuiu”, analisa Gustavo Gierun, cofundador e CEO do Distrito.
O especialista lembra que nos últimos dois meses anteriores não houve registro de aportes maiores, em startups que já estão em fase avançada. As rodadas anjo, pré-seed e seed foram responsáveis por 93,5% do total de maio, enquanto só aconteceu uma transação de early-stage e outra de late-stage.
“Os ajustes pelos quais o mercado vem passando, como a queda nos valuations e os processos de redução de custos que vemos em todo ecossistema, estão deixando os investidores mais dispostos a investir. A grande dúvida ainda é em relação aos cheques maiores. O late stage, que passou dois meses sem investimentos, continua bem desacelerado”, diz Gierun.
Embora os valores tenham sido menores, o período foi positivo para o campo de fusões e aquisições, pois nomes reconhecidos no mercado foram às compras. FTD Educação pagou pela edtech Pontue, o BTG Pactual (BPAC11) pela greentech Systemica e a Nexcom ficou com a deeptech Charisma BI.
O número total de M&A entre janeiro e maio deste ano já é de 54, metade do que foi registrado em todo o ano passado. Hardwares, mobilidade, cibersegurança, recursos humanos e educação foram os setores mais procurados pelas companhias… leia mais em InfoMoney 05/06/2023