Logo após ter acertado a venda de 15% da TAG por R$ 3,1 bilhões para o fundo canadense CDPQ, a Engie Brasil está disposta a reforçar ainda mais o caixa. Além de cogitar vender o que lhe restou na TAG, a companhia não descarta realizar uma oferta de ações para ajudar a financiar os R$ 13 bilhões em investimentos que quer fazer até 2026. “É algo que está no radar”, disse o CFO Eduardo Takamori, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira.

Entre os novos investimentos previstos, está a aquisição das usinas solares da Atlas Brasil Energia por R$ 3,24 bilhões, incluindo R$ 1 bilhão de dívida, com capacidade instalada de 545 MWac anunciada no fim de outubro.

Segundo o CEO da Engie Brasil, Eduardo Sattamini, a empresa tem buscado oportunidades em ativos já contratados como o da Atlas e em linhas de transmissão, segmento em que avalia participar do leilão previsto para 2024, até ver um avanço do cenário para voltar a investir em projetos greenfield de energia renovável. “Vimos uma melhora do mercado de energia, mas ainda não o suficiente para que a gente tenha uma visão otimista no médio prazo. Temos excesso de oferta de energia, com reação tímida de preços”, afirmou.

O desinvestimento na TAG, anunciado ontem, faz parte da estratégia da empresa de promover uma rotação dos ativos, dentro de um foco em negócios de energia renovável e transmissão. Com a venda de 15%, a participação da Engie caiu de 32,5% para 17,5%. O fundo canadense, que já era acionista, agora terá 50%. Sattamini disse ainda que existe a possibilidade de vender o restante para o fundo se houver boas condições para o negócio, mas que não é algo que está no radar hoje.

A transação anunciada ontem representou um valuation para a TAG de R$ 37,5 bilhões, acima dos R$ 35,1 bilhões em que a empresa foi avaliada em 2019 com a venda da participação da Petrobras para a Engie e o CDPQ. Esse ganho de capital poderá ter uma compensação fiscal, sendo abatido de prejuízos que a companhia teve em outros negócios… leia mais em Pipeline 29/12/2023