Estatal com usina fotovoltaica em Anápolis pode ser vendida pelo governo Governador Ronaldo Caiado enviou projeto que pede autorização da Alego para venda, alienação ou transferência da CelgPar.

A Companhia Celg de Participações (CelgPar) pode ser vendida pelo governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado (UB) enviou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que pede autorização para venda, alienação ou transferência, total ou parcial, da empresa. O texto foi aprovado em segunda e definitiva votação nesta quinta-feira (21), com 25 votos favoráveis e seis contrários.

A CelgPar tem, entre seus ativos, a Usina Fotovoltaica da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis, cuja obra está com 50% de conclusão e orçada em R$ 20 milhões. A capacidade de energia é de 6,5 MWp, numa área de 10 hectares. A empresa Best Energy está executando a implantação.

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A empresa é hoje uma holding e gere os ativos do Estado no setor de eletricidade. Nos últimos anos, por exemplo, participou das vendas da Celg Distribuição (Celg-D) – hoje Equatorial – e da Celg Transmissão (Celg-G), cujo controle passou à EDP.

A estrutura de Anápolis está entre os 12 principais ativos da CelgPar. O governo estima que, numa eventual venda, a empresa pode render R$ 450 milhões aos cofres públicos. A estimativa é baseada no patrimônio, que contém concessões, estruturas próprias e participações noutros empreendimentos.

No projeto, o governador defende que a venda “trará benefícios”, sobretudo, com a “redução da dívida pública”. Caiado cita ainda que o Estado está no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e a operação entra nos parâmetros das obrigações estipuladas a Goiás. Por fim, ele argumenta que os recursos podem “contribuir com a reestruturação econômica e para a possibilidade de concentração dos recursos da administração em áreas prioritárias, como educação, saúde e segurança pública.”

O texto foi lido pela primeira vez em plenário na terça-feira (19). Na Comissão Mista, parlamentares da oposição pediram vista e adiaram a análise da matéria. O pedido foi feito por Major Araújo (PL), Antônio Gomide (PT), Bia de Lima (PT) e Mauro Rubem (PT), além de Coronel Adailton (Solidariedade), que é da base de Caiado.

O governo ainda não tem, no entanto, a definição do processo de desestatização da CelgPar. Há uma análise de que pode ser difícil a venda de todos os ativos, uma vez que a empresa precisaria executar uma administração conjunta de vários empreendimentos diferentes. Há ainda a possibilidade de que seja feita a venda de concessões minoritárias de forma separada e, então, a privatização da estatal com as concessões próprias.

Além de Anápolis, a CelgPar tem ativos de geração em São Domingos (Pequena Central Hidrelétrica), Piracanjuba (Pequena Central Hidrelétrica), Cachoeira Dourada (usina fotovoltaica) e Goiânia (usina fotovoltaica do Ceasa).

A estatal ainda tem participação societária na hidrelétrica Corumbá III, em Luziânia (37,5%); PCH Fazenda Velha, em Jataí (20%); Estrutura de Transmissão de Firminópolis (100%); Estrutura de Transmissão Lago Azul, em Itapaci (50,1%); Transmissora Vale do São Bartolomeu, em Luziânia (10%); Subestação de Rede Básica, em Brasília; e Pantanal Transmissão, em Campo Grande (49%).

Lista de estatais
Nos últimos anos, o Estado vendeu a Celg Distribuição para a Enel, que no ano passado foi repassada à Equatorial, e também a Celg Transmissão, para a EDP.

O governo ainda é proprietário da Saneago, da Indústria Química de Goiás (Iquego), Ceasa, da GoiásTelecom, GoiásGás, Emater e da Metrobus, além de outras mais ligadas à administração, como a Agência Goiana de Habitação (Agehab), GoiásParcerias, GoiásFomento e Codego… Leia mais em dmanapolis 22/09/2023