Banco enxerga desaceleração consistente de indicadores de inflação em contexto de ‘resiliência’ da atividade econômica.

O Goldman Sachs publicou relatório nesta segunda-feira (17) em que reduz, de 25% para 20%, as chances de que os EUA entrem em recessão nos próximos 12 meses. Segundo a análise, assinada pelo economista-chefe do banco, Jan Hatzius, os últimos indicadores aumentaram a confiança de que a economia americana conseguirá baixar a inflação sem precisar passar por uma recessão.

Goldman Sachs

Segundo ele, a desaceleração do índice de preços ao consumidor (CPI) em junho não foi apenas “um mês de boas notícias”, já que medidas de inflação subjacente também mostraram melhora. Além disso, há boas razões para crer no processo de desinflação nos EUA, como o recuo dos preços de carros usados e sinais de reequilíbrio do mercado de trabalho, diz Hatzius.

Isso ocorre em um contexto de contínua “resiliência” da atividade nos EUA, destaca o economista, ao citar a previsão do Goldman de alta de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) americano, puxado por uma recuperação do sentimento do consumidor e pela queda da taxa de desemprego em junho, a 3,6%. À frente, o analista ainda espera desaceleração, mas não ao ponto de colocar o PIB em patamar negativo.

Hatzius também aponta que não compartilha do temor de parte do mercado quanto à inversão da curva de juros americana, que neste mês chegou a atingir seu maior patamar desde 1981. A inversão ocorre quando os rendimentos dos Treasuries de menor prazo ultrapassam os de títulos mais longos – algo que, historicamente, costuma anteceder recessões nos EUA.

Segundo Hatzius, há três fatores que diferem o atual ciclo econômico: um prêmio de risco de juros longos bem abaixo da média de longo prazo, o que sugere a necessidade de menos cortes de juros esperados para que a curva inverta; um caminho plausível de flexibilização monetária pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) apenas por conta da inflação mais baixa; e, por último, juros de mercado precificando um cenário excessivamente pessimista…. Leia mais em valorinveste.globo 17/07/2023