Os investimentos em energytechs (startups do setor de energia) na América Latina subiram 33% entre 2021 e 2022, de US$ 614,5 milhões para US$ 817,3 milhões. Os valores, que incluem operações de fusões e aquisições, aparecem em relatório recente da consultoria em inovação Beta-i Brasil, que analisou 541 empresas na região.

“A pesquisa evidencia uma concentração de investimentos em soluções na área de renováveis”, afirma Renata Ramalhosa, CEO da Beta-i Brasil. “Quase 12% das empresas relatam atuação nessa vertical, e uma das tecnologias com forte potencial é o hidrogênio verde.”

“[Entre as startups] há oportunidades para resolver desafios complexos do setor energético, geralmente atrelados aos três ‘Ds’ da indústria: ‘descarbonização’, ‘digitalização’ [dos sistemas] e ‘descentralização’ [da produção de energia]”, detalha Ramalhosa.

A estimativa da consultora, por conta do cenário econômico global instável e de juros altos no Brasil, é que o volume de aportes no segundo semestre seja menor do que nos dois anos anteriores. “Porém, a liberalização do setor elétrico e o novo regulamento do programa de pesquisa da Agência Nacional de Energia Elétrica [Aneel] vão ser estímulos importantes para o crescimento do ecossistema de energytechs no país”, avalia.

Investidores buscam energytechs

Com a abertura do setor elétrico, a partir de 2024, consumidores poderão escolher de quem comprar energia. Já o programa da Aneel, válido desde janeiro de 2023, estende o apoio a projetos de inovação entre iniciativas individuais, cooperadas e de startups. “Com isso, haverá mais conexão entre as energytechs e grandes companhias do segmento”, prevê a especialista. “E é possível que aconteça uma nova onda de aportes nas startups, até 2025.”

A mineira Metha Energia já recebeu três aportes, desde 2017, de valores não divulgados. O interesse da empresa é “conectar” consumidores residenciais e comerciais às usinas de geração de energia renovável, com redução no valor da conta de luz. Na prática, a startup identifica os fornecedores, que podem ser parques solares que “jogam” a produção na rede da distribuidora local. .. leia mais em Valor Econômico 28/06/2023