Ainda pressionada pelo alto nível de endividamento, a BRF anunciou nesta quarta-feira em fato relevante que fará uma nova oferta primária de ações que será ancorada pelo seu acionista controlador, a Marfrig, e pelo fundo saudita Salic. Ambos se comprometeram a fazer um aporte que pode chegar a R$ 4,5 bilhões. O anúncio ocorre pouco mais de um ano após a companhia ter realizado um follow-on que já tinha o objetivo de equacionar a dívida e movimentou cerca de R$ 5,4 bilhões.

Tanto a Marfrig quanto a Salic pretendem comprar até 250 milhões de ações, somando um total de 500 milhões, a um preço que não pode passar de R$ 9 por papel, o que daria R$ 2,25 bilhões para cada. A ação fechou ontem cotada a R$ 7,27, o que significa que o preço máximo da nova oferta representa um prêmio de 23,8%. Após a publicação do fato relevante, o papel abriu em forte alta no pregão desta quarta. Por volta das 10h40, subia 13,48%, a R$ 8,25.

Segundo informações do Valor Econômico, com o novo aporte, a participação da Marfrig deve saltar de 33% para 38,7%. Como o estatuto da BRF tem uma poison pill para posições superiores a 33%, a empresa deverá convocar uma assembleia de acionistas para permitir a Marfrig a aumentar sua fatia.

Marfrig e Salic devem aportar até R$ 4 5 bi em nova oferta da BRF

O fundo saudita, por sua vez, deve ficar com 16%. Uma das condições da Salic na oferta, segundo o fato relevante, é que um número agregado de ações não inferior a dois terços do valor do compromisso de investimento seja alocado para o fundo. A Salic, vale lembrar, é um dos controladores de um dos concorrentes da BRF, a Minerva, com 30,5% de participação, junto com a família Vilela de Queiroz, que tem 22,3%…. leia mais em Pipeline 31/05/2023