A gestora Apollo chegou a sondar grupos e fundos brasileiros com vistas a participar, com uma posição minoritária, do consórcio que pretende comprar 100% da petroquímica Braskem, apurou o Valor. Intermediários do fundo americano procuraram há cerca de três semanas a 23S Capital, que tem a Votorantim e o fundo Temasek, de Cingapura, como sócios, e a Brasil Warrant Gestão de Investimentos, family office dos Moreira Salles, mas os contatos não evoluíram, segundo duas fontes a par do assunto.

A Apollo também está fazendo um corpo a corpo no Brasil em busca de apoio à proposta formal de compra da petroquímica, feita junto com a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc). Nesta semana, um grupo formado por executivos das duas empresas, incluindo um dos sócios da gestora americana, Samuel Feinstein, veio ao Brasil para se reunir, individualmente, com Petrobras, segunda maior acionista da Braskem, e bancos credores da Novonor (antiga Odebrecht).

Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) detêm ações da Braskem em garantia a dívidas de quase R$ 15 bilhões de sua controladora. Desde o ano passado, têm concedido prazo adicional para que a Novonor encontre um comprador para a empresa e liquide seus compromissos.

Há quase um mês, a Apollo se uniu à Adnoc, gigante árabe de petróleo e gás, para comprar a petroquímica brasileira. As sócias apresentaram uma proposta não vinculante de compra do controle da Braskem, com preço de R$ 47 por ação, e planos de estender a oferta a Petrobras e minoritários. O interesse é ficar com 100% da companhia.

Por Braskem Apollo buscou sócio local

No entanto, a ex-Odebrecht teria encarado a oferta feita pela Apollo e Adnoc como agressiva demais, uma espécie de proposta hostil (“takeover”), considerando o preço implícito baixo oferecido pelas ações e a abordagem direta aos bancos credores.

Além disso, há uma questão fiscal. Caso os bancos executem as garantias e vendam as ações da Braskem para o consórcio comprador, a Novonor estaria sujeita a pagar alguns bilhões de reais em impostos com ganho de capital. Apollo e Adnoc, contudo, têm insistido no modelo em que, na prática, compram a dívida da antiga Odebrecht junto aos bancos, evitando os impostos…. leia mais em Valor Econômico 01/06/2023