A avaliação anual do Conselho de Administração é mandatória para as companhias listadas no Novo Mercado e recomendada como melhor prática para todas as companhias abertas. Aquelas que ainda não adotam esse processo, devem justificar-se para o mercado em seu Informe de Governança. Ainda assim, a pesquisa “Pratique ou Explique: Análise Quantitativa dos Informes das Companhias Abertas Brasileiras (2022)”, conduzida pelo IBGC, EY e Tozzini Freire Advogados, mostra que apenas 41,4% das companhias atualmente adotam o processo anual de avaliação.

Se, entre as companhias abertas, a adesão a essa recomendação ainda é baixa, é certamente muito inferior em empresas fechadas.

Isso ocorre porque ainda existem dúvidas – e, possivelmente, algum grau de desconfiança – a respeito da avaliação do conselho, inclusive quanto à sua utilidade. Mais da metade dos conselheiros entrevistados em pesquisa conduzida pela PWC percebe a avaliação como um exercício burocrático. Também pode haver insegurança em relação à exposição do próprio desempenho, desconforto em emitir opinião sobre um colega, entre outros fatores.

Por que e como avaliar os conselhos das organizações?
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Contudo, a prática demonstra que uma avaliação de qualidade pode alavancar significativamente o desempenho e a contribuição do conselho para a organização. No mínimo, ela contribuirá para aperfeiçoar processos, fluxos de informação, comunicação e as formalidades necessárias à atuação do colegiado. Na melhor das hipóteses, ela poderá agregar para o desenvolvimento individual dos conselheiros, a dinâmica comportamental do grupo, a credibilidade do conselho perante as partes interessadas, a prontidão do colegiado para lidar com questões contemporâneas, como mudança climática, cybersecurity e Inteligência Artificial.

Em tempos de capitalismo orientado por fatores ESG, a avaliação do conselho não é positiva apenas para a empresa, mas também para seus stakeholders e a sociedade em geral. Por isso, é uma prática que vale a pena disseminar a um maior número de organizações. Esse é o objetivo deste artigo, que esclarece alguns aspectos sobre o processo de avaliação.

O processo é liderado pelo presidente do conselho, que será também o responsável por definir o momento, escopo e metodologia para conduzi-lo, além de dar os feedbacks aos avaliados. Isso não significa que o presidente tenha que conduzir o processo sozinho. Ele pode contar com o apoio do governance officer, do comitê de pessoas e de uma consultoria externa…. leia mais em Valor Econômico 20/10/2023