A fundação Real Grandeza, fundo de pensão dos funcionários de Furnas e Eletronuclear, contratou a gestora Carbyne Investimentos para vender a sua participação em fundos de private equity. O processo para receber as propostas para compra dos ativos será aberto nos próximos dias e a intenção é concluir o desinvestimento em meados de fevereiro, afirma Felipe Cosi, gerente de investimentos da fundação ao Pipeline.

A Real Grandeza tem cerca de R$ 100 milhões investidos em cinco fundos de private equity. Dois desses fundos — o DGF Fipac 2 FIP Multiestratégia, gerido pela DGF, e o Ória Tech1 Inovação FIP Multiestratégia, da Ória Gestão de Recursos — investem em empresas de tecnologia.

Já o Brasil Portos e Ativos Logísticos FIP Multiestratégia, gerido pela BRZ Investimentos, investe em terminais portuários e tem uma participação indireta no porto de Itapoá (SC). O FIP Multiestratégia Brasil Petróleo 1, gerido pela Mare e Mantiq, investe na Dock Brasil Engenharia e Serviços, que presta serviços para embarcações marítimas. Por último, o Pátria Real Estate III Private I FIQ FIP investe em empresas do setor imobiliário.

Real Grandeza contrata Carbyne para vender participações em fundos

Os ativos representam cerca de 0,5% do total sob gestão da Real Grandeza, que totalizou R$ 18,7 bilhões em 2023. A venda faz parte de um processo de revisão da estratégia de investimento da fundação de buscar uma diversificação para carteira, focando mais liquidez.

A fundação tem buscado aumentar a participação em outras classes de investimento como multimercados e investimento no exterior. “Esse processo já dura dois anos e, por ora, não temos a intenção de voltar a investir nessa classe de ativos [private equity]”, disse Patrícia Queiroz, diretora de investimentos da Real Grandeza.

A diretora da real Grandeza avalia que, com a queda da taxa de juros e recuperação do valuation dos ativos no portfólio dos fundos de private equity, o momento é favorável para fazer esse desinvestimento.

A Real Grandez ainda está em processo de venda dos imóveis em carteira, que somam R$ 440 milhões, cerca de 2,78% dos ativos sob gestão, para se adequar à regra para as entidades fechadas de previdência complementar (EFPC), que prevê o desinvestimento das alocações diretas em imóveis até 2030… leia mais em Pipeline 19/01/2024