O interesse nos ativos brasileiros perdeu força e os fatores domésticos voltaram a ter peso na dinâmica dos mercados, que, desde o ano passado, se mostravam mais alinhados ao exterior.

A mudança nas metas de resultado primário a partir de 2025 foi o primeiro passo de uma piora na percepção de risco local, que contempla, ainda, discussões mais amplas sobre a sustentabilidade da dívida pública; a mudança na presidência da Petrobras; e a divisão do Banco Central na decisão mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom). O reflexo nos mercados tem sido forte e os ativos locais anotam um desempenho muito pior que os pares desde o início de abril.

O desempenho do real exemplifica bem a piora dos ativos locais. Desde o início de abril, o dólar acumula alta de 2,82% contra a moeda brasileira.

Outras divisas de mercados emergentes, porém, tiveram um comportamento bem melhor: no mesmo período, o dólar caiu 8,44% ante o peso chileno; 0,89% em relação ao peso colombiano; 2,96% ante o rand sul-africano; e subiu 0,66% frente ao peso mexicano.

A bolsa brasileira também tem ficado para trás na comparação com as outras e, no mercado de juros, a disparada das taxas de longo prazo não encontra paraleloleia mais em Valor Investe 23/05/2024