A Sequoia (SEQL3) terminou 2023 fora do índice Small Caps, da B3 , como uma das piores ações da bolsa de valores. Mas dois eventos fizeram a ação se recuperar em uma alta de mais de 100% na última terça-feira (2), após a empresa de logística anunciar a conversão de sua dívida líquida em ações e a possível fusão com a Move3.

Neste ano, o papel subiu mais de 73% contra uma perda anualizada de 76%. A empresa de logística, contudo, ainda apresenta desafios para um turnaround que justifique a aposta do investidor, dizem analistas.

Sequoia (SEQL3): com a fusão vale a pena investir na transportadora?

O que explica a alta da Sequoia (SEQL3) na bolsa de valores?

O mercado premiou as ações da Sequoia (SEQL3) com uma alta de 107,89% no primeiro pregão da bolsa de valores no ano.

O pé direito da Sequoia em 2024 se apoiou, principalmente, em dois movimentos que afetaram positivamente a ação. O primeiro deles, e na visão de especialistas o mais importante, foi a renegociação de dívidas.

No último dia 28, a Sequoia divulgou em comunicado ao mercado que firmou um acordo de reestruturação de dívida bancária com credores, entre eles Santander, Bradesco e Banco ABC.

Os bancos concordaram em transformar R$ 320 milhões em ações. A parcela de R$ 90 milhões que representa o restante da dívida será alongada para amortização com prazo para 2031.

Com o acordo, analistas explicam que a companhia se “desafogou” de dívidas. A Sequoia (SEQL) fez sua dívida liquida ir de R$ 733 milhões para R$ 71 milhões.

Renato Reis, analista da DV Invest, explica que se a Sequoia não tivesse reestruturado sua dívida primeiro, a companhia não teria saltado mais de 100% na bolsa de valores. “A renegociação dá um alívio grande. Se não fosse ela, acho que não teríamos visto o papel subir tanto”, afirma.

“A situação da Sequoia era dramática”, completa Max Bohm, analista de renda variável da Nomos Capital. “Era uma empresa com sérios problemas operacionais e que terminou 2023 com a missão de fazer uma reestruturação. Nos últimos dias de 2023 ela consegue alongar sua dívida, e, na manhã de terça, ela anuncia a fusão com a Move3.”

O gambito da Sequoia: fusão é suficiente para turnaround?

No dia da bolsa abrir pela primeira vez em 2024, a Sequoia (SEQL3) anunciou seu gambito para reestruturar a operação da companhia: uma fusão em potencial com o Grupo Move3.

A empresa que atraiu a Sequoia para o M&A realiza o envio de mercadorias para e-commerces de pequeno, médio e grande porte. Além disso, também tem como responsabilidade o envio de medicamentos autorizados pela Anvisa a clientes como a Raia Drogasil (RADL3), por exemplo.

De acordo com o site da Move3, a empresa realiza 10 milhões de entregas por mês que têm origem em 510 centros operacionais. É uma empresa que, pelo olhar do mercado, está “melhor das pernas” do que a Sequoia.

De acordo com o anuncio da fusão, a Sequoia pagará R$ 50 milhões para iniciar estudos de mercado independentes vislumbrando a conclusão do negócio. Além disso, a transportadora vai emitir 726.830.161 novas ações para remunerar os acionistas do Grupo Move3, que terão participação em 40% da Sequoia. Os outros 60% serão divididos entre a Jive Investments e a Newfoundland Capital.

Contudo, há quem pondere os riscos que a Sequoia toma ao realizar a fusão. A companhia, que teve a injeção de R$ 100 milhões em caixa no terceiro trimestre, gastou metade com a … leia mais em Inteligência Financeira 05/01/2024