A Sonda quer dar um novo rumo para os seus data centers, incluindo aí a possibilidade de vender seus ativos de infraestrutura no Chile, Brasil e Colômbia.

A multinacional comunicou a Comissão do Mercado Financeiro, órgão equivalente à CVM no Chile, onde a empresa negocia ações na bolsa de valores de Santiago.

De prático até agora, a Sonda contratou a assessoria financeira do Santander Corporate & Investment Banking, que deve “avaliar alternativas para o desenvolvimento do negócio de colocation”. Em nota, a Sonda destaca que as alternativas incluem “uma venda parcial, direta ou indireta de ativos de infraestrutura”.

“Procuramos ir mais longe para os nossos atuais e potenciais clientes, expandindo a cobertura geográfica da oferta de colocation e potencializando os serviços que acompanham a sua transformação digital de forma integral, ágil e eficiente”, afirma José Orlandini, CEO da Sonda.

Sonda pode vender data centers
Imagem/Sonda

Lendo nas entrelinhas, a frase de Orlandini parece significar que a Sonda quer se associar a algum player de maior porte no mercado, transferindo para ele os seus clientes e infraestrutura e se beneficiando de uma maior cobertura geográfica.

Um reposicionamento nessas linhas ficaria melhor alinhado com os planos de expansão da Sonda nos Estados Unidos, onde a empresa abriu uma operação direta no começo de 2022.

Na época, a multinacional chilena revelou ter um orçamento de US$ 200 milhões para viabilizar a nova operação, mas não chegou a dar detalhes sobre o destino do dinheiro a ser investido, ou o prazo no qual o investimento será feito.

Em todo caso, é um investimento significativo para uma empresa que faturou ao redor de US$ 1 bilhão em 2021, uma alta de 15%.

Os data centers latino americanos faziam mais sentido quando a empresa era exclusivamente voltada para o mercado da região, a estratégia desde a fundação, em 1974 (dentro da região, o Brasil foi por muito tempo o principal alvo de investimentos).

O movimento da Sonda não é nada inusual. Nos últimos anos, todo tipo de empresas vem vendendo seus centros de dados, na medida em que a competição no nicho fica cada vez mais concentrada em grandes nomes e os investimentos necessários para permanecer na briga são cada vez maiores.

Diferentes operadoras de telecomunicações já venderam seus centros, tornando-se parceiras de gigantes como AWS, Google Cloud ou Microsoft. Outras venderam seus ativos para players que constroem infraestrutura para ser oferecida sob aluguel para os gigantes… leia mais em Baguete 11/01/2023