Nos últimos quatro anos, a Wiz Co passou por uma profunda reestruturação. Depois de quase 45 anos atuando exclusivamente para a Caixa, a companhia se viu obrigada a criar novas frentes de negócios quando o banco estatal decidiu não renovar o contrato para operações de balcão de seguros.

A solução foi “ligar” a máquina de M&As e parcerias, numa corrida desenfreada para compensar a saída da Caixa. Foram 19 aquisições e mais de 20 acordos comerciais e operacionais, além de agregar serviços como distribuição de consórcios e crédito.

Foram joint ventures e parcerias com Banco de Brasília (BRB), Banco Inter e BMG e até com nomes fora do sistema financeiro, como a rede de concessionárias Caoa, a LG Lugar de gente e a Polishop.

Agora, chegou a hora de “desligar” essa máquina e focar em arrumar a casa após essa intensa agenda inorgânica. “A empresa precisava disso, de M&As, parcerias, porque teve que se reinventar e mostrar ao mercado que continuaria sendo uma grande geradora de caixa”, diz Marcus Vinicius de Oliveira, CEO da Wiz, ao NeoFeed.

Oliveira, que era diretor financeiro da companhia desde 2020, está há apenas sete meses à frente da Wiz e sua agenda agora é fazer com todas essas aquisições e parcerias resultem em margem e eficiência. “É preciso capturar valor dessas aquisições”, diz o novo CEO.

Wiz “desliga” máquina de M&As e parcerias

Muitas dessas movimentações já começaram a ter efeitos na linha da receita. A receita bruta fechou 2022 em R$ 1,03 bilhão, ultrapassando o teto do guidance, de R$ 1 bilhão, com metade do valor vindo das operações com o BMG e o BRB.

Mas as aquisições ainda não produziram os efeitos desejados na última linha do balanço. A Wiz fechou o ano passado com um lucro líquido atribuível aos controladores de R$ 134,7 milhões, queda de 28,4%. No primeiro trimestre, o lucro líquido caiu 61%, a R$ 14 milhões, em base anual.

As aquisições tiveram impacto nas despesas operacionais. Entre o quarto trimestre do ano passado e os primeiros três meses deste ano, o gasto com pessoal passou de R$ 68,4 milhões para R$ 77,9 milhões, representando 73,1% do total de custos e despesas da companhia.

Boa parte dos ajustes que estão sendo promovidos por Oliveira e sua equipe tem sido na frente de pessoal. No primeiro trimestre, a companhia adotou medidas que culminaram, no fim de abril, na redução de 14% do quadro de funcionários.

Junto com outras iniciativas, como unificação e padronização da parte de tecnologia e incentivos de trocas de experiência entre as companhias, a Wiz conseguiu obter uma economia anualizada de aproximadamente R$ 40 milhões em relação a 2022, segundo Oliveira.

“Era necessário fazer uma reestruturação da empresa em termos de despesa, porque toda despesa estava projetada para um crescimento inorgânico contínuo”, afirma Oliveira.

Reavaliação de parcerias

A reestruturação da Wiz passa também por reconhecer quais operações não deram os resultados desejados. Embora diga que 90% das parcerias e dos M&As foram acertadas, Oliveira admite que “uma ou outra não está caminhando da forma como gostaríamos”.

Uma delas é a joint venture firmada com a Galapagos Capital, anunciada no fim de 2021, uma das primeiras … leia mais em NeoFeed 21/07/2023