Comprador é Grupo Pereira, de Toledo que assume empresa de iogurtes sediada em Ribeirão Claro

Notícia veiculada na segunda-feira, dia 19, no site de informações econômicas Pipeline, do jornal Valor Econômico, revela que a General Mills, segundo maior produtor mundial na área de alimentos, vendeu o controle da empresa Laticínios Carolina, com sede em Ribeirão Claro, para o Grupo Pereira, que tem sede em Toledo, Oeste do Paraná. O valor do negócio não foi revelado.

O Grupo Toledo, controlado pelo empresário Osmar Pereira, também atua na área de lácteos (Dinelly, Unibaby), mas tem forte presença na comercialização de água mineral, tendo como carro chefe a marca Sferriê, presente em várias partes do país.

Segundo informações do Valor Econômico, a Laticínios Carolina, fabricante paranaense de iogurtes e outros lácteos faturou R$ 228 milhões em 2020. Fundada há mais de 50 anos pelo ex-prefeito de Ribeirão Claro, Geraldo Maurício Araújo e seu pai, Geraldo Araújo, a empresa tem mais de 400 funcionários e passou para o controle da General Mills em 2015, negócio que, à época, também foi disputado pelo Grupo Pereira.

A empresa compradora também foi fundada no Paraná, tem uma trajetória que se identifica com seu fundador, o empresário Osmar Pereira. À época da aquisição pela General Mills, o Grupo Pereira chegou a avaliar a aquisição, mas o apetite da General Mills foi maior na hora de dar o preço, disse uma fonte.

No Brasil, a General Mills atua com as marcas Yoki, Kitano, Häagen-Dazs e Betty Crocker. Uma de suas sedes fica na cidade de Cambará, no Norte Pioneiro.

Uma trajetória de sucesso e conquistasLaticínios Carolina

Leia também demais posts relacionados a General Mills no Portal Fusões & Aquisições.

O empresário Osmar Pereira, 49 anos, tem orgulho de dizer que nasceu em Toledo, mais precisamente no distrito de Novo Sobradinho, onde estudou, cresceu e fundou sua indústria. Seus pais, dona Neli e o sr. Aldino João Pereira e a irmã Nelce Maria Pereira, chegaram em Toledo em 1970 para trabalhar na agricultura, investiram em terras em Novo Sobradinho, onde se instalaram, depositando a esperanças de um futuro promissor para a família, dois anos depois, nasceu o segundo filho do casal – Osmar Pereira.

O empresário Osmar Pereira é formado em administração de empresas e começou a trabalhar muito cedo, aos 14 anos, ao lado do pai na suinocultura. Tinha no seu dia a dia o cuidado de 100 matrizes, desde a alimentação, a compra da ração, até a negociação das vendas.

Nesta época, a família Pereira tinha mais uma atividade econômica, a ordenha de leite. Todo o leite produzido era vendido para uma indústria da região.

Um certo dia, ao acompanhar a mãe ao supermercado, Osmar, observou a grande diferença do valor na venda final do produto. Na época, R$ 0,50 (centavos), era o valor que a família recebia por litro de leite. Prestes a completar 16 anos, Osmar fez então um acordo com o pai, passaria a comercializar ele próprio o leite para agregar mais valor ao produto. Passando a partir daquela data a conciliar o trabalho com a suinocultura e a entrega do leite.

O trabalho iniciava ainda bem cedo, pela manhã, com a ordenha. Era preciso levantar antes das cinco, com o nascer do sol, tomar um café bem reforçado. Após ordenhar as vacas, era necessário entregar o leite que era condicionado em garrafa pet e transportado por Osmar em caixas de madeira, construídas por ele.

No início, o leite era vendido apenas em Novo Sobradinho, mas a vontade de crescer era grande e Osmar passou a oferecer também em bairros de Toledo, chegando a entregar 200 litros por dia. O trabalho era duro, as estradas na época não eram tão boas, enfrentava chuva e frio. Da entrega, direto para o pasto, para a silagem, não sobrando muito tempo para o descanso. Mas, o sonho de crescer aumentava a cada dia, fazendo com que Osmar trabalhasse com mais e mais afinco.

Estava aí, nascendo um grande sonho da família Pereira, este que foi iluminado pela força e vontade de crescer. Uma história brilhante e um sonho, que aos poucos foi transformando em realidade quando Osmar, na década de 90 decidiu que já era hora de inovar, era preciso pasteurizar e empacotar o leite. Mas, para isso, era necessário investir em máquinas, derrubar tudo, para dar espaço a novas instalações…..  Da Redação com Pipeline – Valor Econômico  leia mais em tribunadovale 20/04/2021