Em um ano sem nenhuma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a bolsa brasileira tem visto o número de empresas listadas cair. Até novembro — dado mais recente divulgado pela B3 —, a bolsa perdeu 14 empresas. Muitas têm seus registros cancelados pela CVM pela falta de envio de documentos periódicos ou outros problemas, mas algumas também realizaram ofertas públicas de aquisição de ações (OPA) para deixar de ser listadas.

Se o Ibovespa, que é o índice que reúne as maiores empresas da bolsa, está com leve variação positiva no acumulado do ano (alta de 2,4%), o mesmo não se pode dizer do mercado como um todo. Em novembro, a capitalização de mercado das 449 empresas listadas na B3 era de R$ 4,409 trilhões. Isso representa uma queda de R$ 193 bilhões no acumulado de 2022.

Em ano sem IPOs bolsa perde 14 empresas

Entre algumas companhias com processos de OPAs em andamento atualmente estão nomes como Fertilizantes Heringer, Getnet e Boa Vista Serviços. A Zamp, dona do Burger King, chegou a estudar uma OPA quando recebeu uma oferta de compra do Mubadala, mas o negócio acabou não indo para frente. Braskem, que tem uma oferta de compra da gestora americana também poderia realizar uma OPA no futuro.

Como mostrou o Valor na semana passada, participantes do mercado preveem até 40 ofertas de ações em 2023, mas a grande maioria deve ser de “follow-ons”, com apenas cerca de um terço desse total formado por IPOs. Além disso, as estreias na bolsa devem se concentrar mais no segundo semestre. Por ora, o único prospecto de IPO registrado na CVM é o da companhia elétrica China Three Gorges.

Com a queda da Selic para a mínima histórica de 2% ao ano e o “boom” de IPOs em 2020, a bolsa ganhou milhões de investidores pessoa física naquele ano e no seguinte. Agora em 2022, o movimento está bem mais contido. Depois de conquistar 1,494 milhão de CPFs em 2021, neste ano, até novembro, a bolsa atraiu somente 394 mil novos investidores. A Selic está atualmente em 13,75% ao ano… leia mais em Valor Econômico 22/12/2022