A importância dos influenciadores digitais (conhecidos também como “creators”) para o mundo das marcas vem crescendo exponencialmente nos últimos anos por serem um canal de influência direto com o público, trazendo não apenas maior relevância, mas também maior engajamento, crescimento de vendas e consideração pelas marcas.

O motivo por trás deste crescimento se dá pela alta conectividade no Brasil. O último relatório da gestora de investimentos Atlântico registra uma penetração de internet no país acima de 80% e um crescimento de mais de 50% das compras online desde 2018, indicando o maior tempo médio de tela (internet e redes sociais) do que em qualquer outro país (10,3 e 3,7 horas diárias por pessoa, respectivamente). O que está acontecendo é uma verdadeira revolução, onde os meios tradicionais estão perdendo espaço em razão de seu alto custo e queda de impacto, dando lugar a este poderoso aliado – o creator.

Ainda assim, esta não é uma realidade para todos. A diferença de tamanho dos perfis de creators (grandes, micro e nanos) é refletida no valor da parceria, assim como foco de resultados (awareness, consideração ou conversão) que muitas vezes impede a entrada de pequenos e médios negócios nesta seara. Mas mais que isso, hoje em dia há uma dificuldade de contratar e gerir os nanos (aqueles com entre 1-10 mil seguidores), principalmente por ser necessário trabalhar com um grupo grande para se obter bons resultados.

Rapha Avellar, Rômulo Galvão e Rafael Marino fundaram a plataforma BrandLovrs como uma resposta a este movimento no mercado, onde enxergam uma oportunidade ainda maior no futuro por acreditarem que qualquer pessoa poderá se tornar um criador de conteúdo em algum momento, gerando uma renda extra no orçamento mensal.

Brandlovrs

Servindo como uma ponte entre creators (micro e nano) e as marcas, a plataforma atua de forma intuitiva, dinâmica e automatizada como se fosse um marketplace em que as empresas disponibilizam uma série de desafios para os criadores de conteúdo, resultando em uma grande comunidade digital que gera vendas. Quanto mais desafios o criador conseguir realizar, maior a recompensa.

“As empresas já entenderam que os custos dos anúncios estão explodindo”, diz Rapha Avellar. “Ao mesmo tempo, há um universo de mais de 20 milhões de criadores de conteúdo que estão tentando se conectar às marcas e cujo custo será menor.”

Esta nova solução mitiga uma dor latente no mercado, onde há um controle dos perfis por parte de algumas empresas especializadas, além da dificuldade de fazer gestão de muitos creators micros e nanos. Por isso, a BrandLovrs se propõe a facilitar o contato e relacionamento, expandindo as opções de parcerias e tornando este processo muito mais rápido e lucrativo para ambos os lados.

Ou seja, é uma maneira de capacitar todos os criadores a ganharem a vida com sua paixão, conectando-os de maneira simples com comunidades de marcas e produtos pelos quais admiram – um poderoso canal de vendas que permite aumentar a receita da empresa em até 25%.

Nos seus 3 primeiros meses de existência, a BrandLovrs já conta com uma comunidade de mais de 3 mil criadores de conteúdos e mais de 30 marcas, como Linus, Polar, Aramis, Lubs, Espaço Rubro Negro e Evi. As marcas que assinaram a plataforma estão tendo um crescimento de 10 a 15% de receita adicional, gerando cerca de 7-15x de retorno sobre investimento e conseguindo gerenciar uma média de 400 influenciadores através da tecnologia do software desenvolvido.

Mirando o futuro, a meta é escalar o negócio para 50 mil creators e 300 marcas nos próximos 12-18 meses, além de expandir a atuação para outros mercados da América Latina. A BrandLovrs já recebeu uma primeira injeção de capital de US$1 milhão, aporte feito por nomes como Marc Lemann, Adam Bain (ex-COO do Twitter), Matthew Derella (ex-CCO do Twitter), Mario Mello (sócio na Valor Capital Group) e David Peixoto (fundador e CEO da Isaac). Agora encontra-se na fase final de negociação de um aporte de US$2 milhões, a fim de escalar sua operação que hoje conta com 27 funcionários, mas que deve terminar o ano com uma equipe de 60 funcionários.

O horizonte aponta um terreno fértil para o negócio. Segundo um estudo da consultoria Statista, cerca de 40% dos entrevistados brasileiros já compraram algum produto divulgado por celebridades ou creators. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, o percentual fica abaixo de 20%. De maneira complementar, o Influence Marketing Hub indica que o tamanho do mercado global de marketing de influência deve atingir US$ 16 bilhões este ano, resultando em uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 45% desde 2016. Fonte: Exame Leia mais em jornalfloripa 14/01/2023