Ao decidir começar o BR Angels, em 2019, Orlando Cintra sabia que tinha um plano ambicioso: unir diversos CEOs para serem investidores-anjo de startups. Trinta meses depois, a entidade tem 250 associados e chegou à marca de 20 aportes em startups — uma soma de R$ 30 milhões. E a expectativa, segundo o fundador, é investir outros R$ 50 milhões nos próximos dois anos.

Apesar de a organização não atuar em um segmento específico, Cintra diz que alguns setores estão recebendo mais atenção, como criptomoedas, blockchain e metaverso. O BR Angels também está em busca de adtechs, as startups de publicidade. “É um setor promissor, com muitos M&As para acontecer”, analisa. As fintechs, claro, seguem em alta.

Atualmente, o portfólio conta com fintechs,  insurtechs,  hrtechs, healthtechs e marketplaces que, juntos, chegam a mais de R$ 1 bilhão de valor de mercado.

A visão otimista de Cintra vem a reboque dos números do ecossistema de inovação brasileiro, que segue em curva ascendente, apesar de estar em ritmo mais lento do que o observado no ano passado, quando bateu recordes de investimento. “A desaceleração é real, mas ainda existe uma tendência positiva na comparação aos últimos cinco ou dez anos. Acredito que irá continuar. É normal ter alguns anos mais fortes comparados a outros. Não teremos uma enxurrada de unicórnios e recorde atrás de recorde”, diz. “Não queremos isso, porque inflaciona o mercado.”

BR Angels planeja investir R$ 50 milhões

Trajetória

A BR Angels desfila bons números hoje, mas o começo, conta Cintra, teve turbulências. “Várias pessoas apoiaram a fundação, mas muitas outras disseram que daria errado”, afirma. Um dos motivos para isso, ele lembra, é que parecia impossível que líderes de empresas abrissem mão de seu espaço para colaborar com outros chefes. “Diziam que um CEO não conseguiria doar o seu tempo para conversar com um empreendedor que fatura R$ 1 milhão enquanto comanda um negócio que fatura bilhões”, afirma. …. leia mais em PEGN 05/05/2022