A Terracotta Ventures, fundo catarinense com foco em proptechs e construtech, segue assinando cheques para construir novas soluções e integrar um segmento ainda muito fragmentado. Com gigantes como Cyrela e Gerdau entre os investidores, é um dos fundos mais relevantes do segmento na América Latina. Na transação mais recente, a gestora acaba de liderar uma rodada seed de R$ 19 milhões na Approva Fácil, uma imobiliária digital focada em unidades mais econômicas, um segmento ainda pouco visado no universo tecnológico do real estate.

Com pouco mais de um ano de operação, e em meio a um cenário macro inóspito, a plataforma já negociou mais de dois mil imóveis. Com o cheque, a Approva Fácil planeja escalar o negócio, expandindo a atuação para São Paulo e multiplicando por cinco seu VGV — hoje em R$ 4 bilhões anuais.

Essa é a praia, ou melhor, o canteiro de obras da Terracotta. A firma tem foco no early stage, mas busca empresas que atuem há cerca de dois anos no mercado, com PMF e tese comprovados. O faturamento precisa ser de R$ 150 mil mensais, em média. Ainda neste ano, a firma deve realizar pelo menos mais um investimento. O plano é agregar cerca de 20 empresas no portfólio até o final do ano que vem.

Fundo de proptechs Terracotta lidera rodada
Imagem/Terracotta Ventures

O cheque médio da Terracotta fica entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões e geralmente tem mais de uma assinatura — a gestora aposta quase sempre em co-investimentos, também por conta do tamanho dos aportes. Já investiu na EmCasa, com a Monashees, na Rede Vistorias, com a Domo, na InstaCasa, com Gávea Investimentos.

Já são 12 startups em seu fundo Warriors I, de R$ 100 milhões, que iniciou o ano com 50% do capital já alocado. Hoje, conta com cerca de 45 investidores, a maioria institucionais que, juntos, faturam mais de R$ 100 bilhões por ano no mercado imobiliário e de construção civil. A Terracotta aposta num formato de club deals.

“A maioria é corporativo, mas alguns são empresários do setor que estão curiosos por inovação e querendo participar de novas teses. Hoje, a gente é a única casa de VC que consegue investir dessa forma e traz para esse cliente oportunidades como essa. É o nosso diferencial”, diz Loreto.

Aos poucos, a gestora vai ampliando o escopo de atuação. “É algo que está cada vez mais globalizado. Nosso setor não é isolado em São Paulo, como muitos outros. Está fragmentado: em qualquer cidade, por menor que seja, tem sempre uma construtora e uma imobiliária, no mínimo”, diz Loreto ao Pipeline. A Terracotta passou recentemente a avaliar startups no México, Chile, Colômbia e até Israel e Europa para futuros investimentos.

Quando realizaram um primeiro mapeamento antes de fundar a gestora, em 2019, Loreto e seu sócio Marcus Anselmo, havia cerca de 250 proptechs e construtechs no país. Hoje, são mais de mil no país. Os dois… leia mais em Pipeline 14/11/2022