O relatório de sustentabilidade – ou relatório ESG, como alguns gostam de chamar – é um documento no qual as empresas divulgam detalhes de suas ações em sustentabilidade. Publicado anualmente, ele endereça diversas frentes socioambientais e de governança corporativa (ESG), trazendo dados, métricas, indicadores, metas e resultados

Não há um padrão único para este tipo de relatório, mas há alguns “frameworks” internacionais que são costumeiramente considerados pelas empresas para dar uma direção do quê e como divulgar tais informações. Os principais padrões que as empresas se valem são: Global Reporting Initiative (GRI), Sustainability Accounting Standards Board (SASB), Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD) e Carbon Disclosure Project (CDP).

Não é obrigatório para empresas divulgarem relatórios de sustentabilidade, mas é algo bem visto no mercado por ser uma forma de mostrar transparência e ajudar investidores, financiadores, clientes, fornecedores e outros agentes a entender, detalhadamente, o que a companhia se compromete a fazer e está cumprindo em termos ESG.

10 passos para fazer bons relatórios de sustentabilidade
Pixabay

No Brasil, uma prática ainda pouco comum, mas que pode ser um novo padrão daqui a alguns anos é divulgar informações de sustentabilidade e financeira juntas, em um mesmo documento. A fabricante de cosméticos Natura &CO é uma das empresas na liderança dos relatórios unificados. São 20 anos de aprendizados na publicação de informações de sustentabilidade. A empresa ajudou a compilar algumas dicas que podem ajudar as companhias que estão começando essa jornada. Veja 10 pontos para fazer relatórios de sustentabilidade melhores:

1. Transmitir com clareza e transparência a visão integrada da organização. Definir metas públicas e conectadas com a estratégia ajuda a acelerar os avanços e revela para onde a organização quer chegar.

2. Realizar o processo de materialidade e ouvir os stakeholders para identificar quais são as intersecções entre os temas de interesse das partes, e os temas mais relevantes para a companhia.

3. Adotar padrões de relato reconhecidos: GRI é pioneiro e um dos modelos mais usados no mundo, mas outras iniciativas ajudam a complementar as informações, como o SASB, TCFD, Relato Integrado e CDP.

4. Envolver a organização. O relatório é uma construção coletiva. Não apenas no levantamento das informações, mas também serve como fonte importante para compartilhar avanços, necessidades e percepções do relacionamento direto das áreas com processos e/ou públicos específicos.

5. Garantir Equilíbrio. O relatório deve refletir a realidade da companhia, de maneira precisa, com destaques positivos, desafios e como a organização lida com esse cenário.

6. Apresentar indicadores. Incluir a série histórica para demonstrar a evolução (ou involução) sobre uma base única também é importante, bem como explicar como esse indicador contribui para a estratégia integrada.

7. Contar com auditoria independente. Quando a organização atingir certa maturidade de seus processos é ideal que se busque uma auditoria independente para avaliar as informações.

8. Tornar as informações acessíveis, fáceis de serem encontradas é essencial.

9. Comunicar é preciso. É necessário fazer com que a divulgação chegue de fato a todas as partes interessadas. Para tanto, é preciso inserir os resultados ESG em todos os pontos de contato com públicos específicos, sempre procurando o equilíbrio, entre destaques, avanços e os desafios.

10. Garantir credibilidade. O relatório é um retrato da empresa, reflete a relevância dada pela gestão da organização ao tratamento das questões que envolvem a agenda da sustentabilidade. Por isso, sua credibilidade está atrelada à governança… leia mais em Valor Econômico 18/05/2022