Um jeito simples de definir o que a Cubos Tecnologia faz seria dizer que é uma fábrica de startups — para evitar o termo técnico “venture builder“. Diferentemente de incubadoras, que estimulam o surgimento de novas empresas, ou de aceleradoras, que escalam negócios já com alguma maturidade, o hub de tecnologia baiano trabalha com empreendimento desde a fase de ideação até captações maiores e mentoria durante a operação.

Entre as empresas que nasceram no hub estão Zak e Eatz, mais tarde compradas pela Mimic, uma investida da Monashees e Tiger Global; o Amigo Edu, adquirido pela Pravaler, do Itaú; e a Aarin, arrematada pelo Bradesco. Ao todo, mais de R$ 140 milhões foram movimentados desde 2017 pelos exits. Se consideradas também captações de plataformas que seguiram de forma independente, o valor total sobe para cerca de R$ 300 milhões.

Um das características da Cubos é acelerar apenas uma startup por vez, para colocar força máxima no projeto. Desde a fundação, em 2017, já foram sete. Agora, a aposta do momento é a Agent, uma solução para deixar todos os dados de uma empresa na mão de quem toma as decisões. Com o uso de inteligência artificial generativa, é possível solicitar, por meio de um áudio no WhatsApp ou qualquer plataforma conversacional que permita a aplicação, as métricas da companhia no formato que o executivo desejar: um único gráfico, relatório, ou tópicos, por exemplo.

A nova aposta da venture builder baiana
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“Muitas vezes o gestor não tem acesso fácil a todos os dados da própria operação. Até pedir para alguém de BI reunir as métricas, enviar, é um processo lento”, diz Verivaldo Lobo, fundador da Cubos Tecnologia. “Todas as nossas startups têm essa veia operacional, de resolver problema, a gente acredita muito nessa tese.”

A Agent deve ser lançada ao mercado até o fim de setembro. Já em fase piloto, a plataforma conta com três clientes corporativos e deve chegar a pelo menos 500 usuários antes de entrar de fato em operação. Os sócios ainda não sabem dizer se o plano para a nova startup é também um M&A. A depender do faturamento, pode ser que fique na prateleira da Cubos.

Criada em Salvador há seis anos, a Cubos tem um embrião anterior a isso. Lobos e seu sócio fundador José Messias Jr, apesar da formação em engenharia, participavam de concursos de robótica e programação e chegaram a ser premiados em competições nacionais no início dos anos 2010. O também programador David Pires se juntou, mais tarde, à dupla, para dar início à história do hub de aceleração de startups.

O modelo de negócios da Cubos é oferecer estrutura, know-how e acesso a empreendedores em troca de equity — o percentual varia bastante a depender do caso, mas a Cubos considera que é importante para a sobrevivência da startup que os fundadores sigam detendo a grande maioria das participações. Em outros casos, parte do próprio hub e seus especialistas a ideia de lançar uma ferramenta ou plataforma que atenda a uma dor específica de algum setor que tenha chegado até eles. Nesses casos, claro, o retorno é maior.

Além da parte operacional, surgiu dentro do grupo uma vertical de educação que hoje opera de forma independente — inclusive com outro CNPJ. A Cubos Academy é uma edtech que ensina programação e desenvolvimento de software tanto para o cliente pessoa física quanto no modelo B2B. No fim do ano passado, a empresa captou R$ 23 milhões… leia mais em Pipeline 11/09/2023