A Quibi, plataforma de streaming que chega ao mercado americano em abril, conta com vídeos curtos e exclusivos para smartphones, que podem ser assistidos tanto na horizontal, como na vertical. Plataforma já atraiu US$ 1 bilhão de grandes estúdios de Hollywood

Jeffrey Katzenberg no palco da CES, falando de como foi inspirado pelo livro “O Código DaVinci”
Las Vegas – Durante muitos anos, a Netflix reinou praticamente sozinha no mercado do streaming de filmes. Mas, desde o ano passado, o cenário mudou.

A companhia fundada por Reed Hastings ganhou a companhia de players incômodos, como os serviços Disney + e o Apple TV +, numa disputa que ficou conhecida no mercado como a guerra do streaming.

A partir de abril, um novo competidor, que diz não ter nada a ver com essa briga, chega ao mercado. Trata-se do Quibi, uma plataforma de streaming exclusiva para celulares, com conteúdos curtos de, no máximo, dez minutos de duração, que foi apresentado durante a CES 2020.

O Quibi chega com credenciais de peso. A começar pelos seus idealizadores. De um lado está Jeffrey Katzenberg, ex-presidente da Disney e cofundador da Dreamworks. De outro está a todo-poderosa executiva Meg Whitman, que já comandou a fabricante de computadores HP e o site de leilões eBay.

Não bastasse esse time de primeira linha, a nova plataforma atraiu nomes prestigiados do setor, como Sony Pictures, Walt Disney Company, Warner Bros, MGM e outras grandes empresas do entretenimento, que investiram US$ 1 bilhão para criar o Quibi.

(Um breve parêntese para explicar o nome Quibi, que vem de “quick bites”, que significa algo como “mordiscadas”, em tradução livre. Feito para matar a fome de entretenimento rápido, enquanto se espera o dentista, o elevador ou o cafezinho ficar pronto.)

“Tudo o que temos acesso, hoje, são filmes e programas desenvolvidos para outras telas, mas que são ‘achatados’ para caber nos smartphones”, afirmou Meg Whitman, durante uma das apresentações mais concorridas da CES 2020.

Essa é uma das sacadas, mas não a única, por trás do Quibi: criar um conteúdo com qualidade de cinema, mas que seja ideal para quem for consumi-lo através de uma tela de smartphone.

“A literatura nos contava histórias em capítulos, geralmente distribuídos ao longo de 20 ou 40 páginas, porque os olhos se cansam depois de 30 minutos de leitura”, disse Katzenberg. “Mas a questão é que, ao longo do dia, a gente não dispõe de 30 minutos para ler um capítulo inteiro.”

Katzenberg usa o escritor americano Dan Brown, que escreveu o best-seller ‘O Código Da Vinci’, para demonstrar seu ponto de vista – e ao mesmo tempo defender o princípio por trás da plataforma de streaming Quibi. “É uma obra de 464 páginas, mas com 151 capítulos com tem cerca de cinco páginas, que os usuários podem ‘devorar’ em cinco minutos.”

O ex-presidente da Disney explica que essa nova divisão de páginas – e de tempo – não afetou em nada a reputação da obra e do autor. Ao contrário, o novo formato permitiu que até aqueles que não tinham o hábito da leitura acompanhasse a narrativa de forma palatável.

Os mais conectados irão alegar que o YouTube, o Instagram, o TikTok e outras plataformas já usam esse recurso para atrair a atenção de seu público. O Quibi, no entanto, só trabalha com conteúdos com qualidade de cinema e também com uma tecnologia inovadora.

Outra sacada do Quibi é que um mesmo filme permite dois pontos de vistas diferentes, mas simultâneos, sem dividir a tela. Os desenvolvedores encontraram uma solução engenhosa e ao mesmo tempo simples para resolver esse problema: basta virar o celular na horizontal para ver uma perspectiva e na vertical para ver a outra…. Leia mais em neofeed 09/01/2020