A recompra da principal fornecedora da Boeing pode ser dividida com a Airbus, num plano para melhor a qualidade na fabricação do 737. Ontem, a notícia no mercado americano dava conta que a empresa poderia ser comprada apenas pela Boeing, mas a informação avançou ao longo das horas.

A fornecedora de peças Spirit AeroSystems era parte da Boeing até 2005, quando a empresa decidiu se desfazer de várias subsidiárias. A empresa sediada no Kansas fabrica todas as fuselagens de todos os 737, além de fazer componentes para todos os jatos da Boeing e da Airbus em produção, com exceção do A330ceo/neo desta última.

A maioria das peças feitas pela Spirit para os jatos da Airbus são produzidas na Escócia e Irlanda, se aproveitando da proximidade das linhas de montagem de Hamburgo, na Alemanha, e Toulouse, na França. E são essas unidades que poderão em breve ser da própria Airbus, como revela o jornalista aeronáutico Jon Ostrower, to The Air Current.

Na noite de sexta-feira, 1º de março, a própria Boeing confirmou que está interessada e negocia a recompra da Spirit AeroSystems, mas que não existe garantia do negócio ser concluído.

Logo após, surgiu um rumor, agora confirmado por fontes, de que a Boeing estaria interessada em não comprar as unidades na Europa da Spirit, de maneira a reduzir o valor pago na recompra, assim como poder focar mais na qualidade dos componentes que equiparão os jatos dela.

Desta maneira a Spirit começou a conversar com a Airbus, que vê também como uma boa oportunidade absorver a fornecedora, afastando vínculos com a Boeing além de não correr o risco de que a cultura de segurança defeituosa que se criou na produção do 737 afete o A320, seu concorrente.

O acordo que seria “bom para ambas as partes” pode demorar a sair, mas acaba sendo a perspectiva mais realista e segura para as três partes envolvidas, além para a indústria aeronáutica como um todo, já que a Spirit fornece peças também para outras empresas… saiba mais em aeroin 02/03/2024