Vem aí uma repaginada nos softwares adquiridos da Sage, incluindo o Folhamatic.

A Ao³, empresa surgida a partir da compra de parte do portfólio da multinacional britânica Sage no Brasil, tem um plano de investimento de R$ 150 milhões para evolução da tecnologia dos softwares contábeis da até o final do ano.

É uma cifra significativa, quase o dobro dos £ 10 milhões pagos por Jorge Carneiro, ex-presidente da Sage no Brasil, para levar as empresas de software contábil brasileiras adquiridas pela Sage.

No negócio, fechado em março de 2020, Carneiro pagou £ 1 milhão à vista, com o resto a ser pago em um prazo e condições não revelados na época. Na cotação de hoje, o valor cheio é equivalente a R$ 71 milhões.

A principal das soluções compradas por Carneiro é a Folhamatic, adquirida pela Sage em 2012 por quase R$ 400 milhões. A oferta inclui outros softwares, atendendo a 100 mil micro, pequenas e médias empresas e 20 mil escritórios de contabilidade.

Na época da venda, a Sage revelou que o negócio vendido teve receitas de £ 53 milhões no ano fiscal encerrado em setembro de 2019, R$ 377 milhões, pelo câmbio de hoje, com um lucro de £ 2 milhões.

Em nota, a Ao³ explica que o dinheiro, capital próprio, será gasto em “usabilidade e novas funcionalidades, e melhoria na experiência do cliente”, além de adaptações exigidas pelas novas fases do eSocial.

Entre abril de 2020 e fevereiro de 2021, a empresa contratou 200 colaboradores e tem no momento outras 158 vagas em aberto, indo desde desenvolvedor. Net Core e programador Delphi até especialista de marketing digital e analista de negócios.

“O investimento está acelerando nossas iniciativas de inovação e melhorias nos softwares, mas também estamos empenhados em levar informação de qualidade para ajudar o contador na sua capacitação e consequentemente para o seu negócio”, afirma Carneiro.

Provavelmente, a Ao³ vai dar um banho de loja nos softwares adquiridos, que foram desenvolvidos nos anos 80 e 90 e podem ter pego um pouco de poeira nas mãos da Sage e hoje competem com soluções desenvolvidas na última década como o ContaAzul (que aliás, anda quieto ultimamente).

A multinacional inglesa colocou suas aquisições brasileiras à venda em novembro de 2019, justificando a decisão com a impossibilidade de migrar os mesmos para a nuvem da empresa.

O interessante é que a incursão mal sucedida da Sage no mundo do software contábil brasileiro está gerando uma chuva de investimentos.

Além da Ao³, também está no mercado a Qyon, liderada pelo fundador da Folhamatic, Maurício Frizzarin, e com um plano de investimentos de R$ 100 milhões até o final do ano… Leia mais em baguete 10/06/2021