Há duas semanas o trio de sócios do grupo Vectis, Patrick O’Grady, Alexandre Aoude e Paulo Lemann, finalizou a venda da gestora Vitreo para o BTG Pactual. O time de sócios que tocava a Vitreo, no entanto, ficou na fundadora e está pronto para abrir um novo negócio financeiro. Com O’Grady à frente da operação e mais 12 sócios e executivos, a Vtech será uma fintech com proposta… a definir.

Se parece uma ordem invertida de construção de negócios, O’Grady garante que não. “Enxergamos oportunidades para empreender em vários ângulos. Não faltam boas ideias com avanço do open finance e o fomento da cultura empreendedora no país e também há muito mais dinheiro disponível para novos projetos. O ativo que nos parece escasso hoje é gente, é talento”, avalia o sócio fundador da casa. “Temos um time que trabalhou junto desde o início da Vitreo, uma equipe de tecnologia que já trabalhava junto em outros empreendimentos, que joga junto e tem química muito boa. Por que não empreender junto de novo?”

A equipe azeitada e o crescimento rápido da Vitreo, vendida com R$ 13 bilhões sob custódia e 130 mil clientes, acabaram antecipando os planos para a gestora. A Vitreo havia anunciado uma composição de negócios com a casa de análise Empiricus para criar o grupo Universa, mas que ainda nem tinha saído do papel. No planejamento de longo prazo, passaria por algumas rodadas de captação de sócios antes de uma venda total.

“Foi muito rápido, a companhia largou do zero e escalou a ponto de ser a maior aquisição do BTG Digital, em tamanho de custódia. O banco já tinha uma proximidade da Empiricus e topamos seguir com a operação, com a liberdade de poder empreender de novo na área financeira. Ficou bom para tooo mundo”, conta O’Grady.

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A venda deixou os sócios capitalizados e o novo negócio deve começar com um capital de R$ 100 milhões, unindo recursos próprios e captação com terceiros. Se ainda não tem uma função específica definida, a novata VTech já tem alguns caminhos para encontrar seu escopo de atuação.

“Vários players começaram pela conta digital, wallets ou por investimentos e hoje estão convergindo para as duas coisas, como a XP para banco e o Nubank para investimentos. Quem parte da oferta de wallet foca mais em produto de crédito, ganhando número maior de usuários mais rapidamente, e quem parte de investimentos tem um grupo menor de usuários mas com rentabilidade melhor”, compara. “Lançar-se em mar aberto é uma proposta cara e o que a gente quer fazer é mapear os possíveis aquários onde dá para fazer um trabalho direcionado.”

Isso significa encontrar uma operação já existente, com base de usuários, e possa fazer essa conversão para investimentos ou oferta financeira mais ampla, explica. Pode ser desde um parceiro já financeiro como uma empresa de delivery, uma companhia de mobilidade urbana ou uma varejista que está buscando monetizar sua base de clientes. “Com um player de base relevante, onde o aquário é grande, pode fazer sentido um modelo societário. Num negócio menor, pode ser por profit ou revenue sharing”, avalia.

A Vectis foi fundada pelo trio há cinco anos. Além da gestora de investimento, tem atuação desde o início como investidores de startups – é acionista da… Leia mais em Valor Econômico 14/12/2021