“Não devemos valorizar uma crise de expectativa”, diz presidente do BB

São Paulo – O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, afirmou o banco não deve anunciar novas aquisições e está revendo as que estavam em andamento. Tudo devido à crise que tomou conta dos mercados nas últimas semanas.

“Não devemos valorizar uma crise de expectativa”, disse Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil. O executivo afirmou que ainda é cedo para avaliar o real impacto da turbulência global nos planos e no desempenho do banco.

O Banco do Brasil aproveitou a crise de 2008 para fazer algumas compras, mas a situação não deve se repetir. Segundo Bendine, as aquisições realizadas há três anos atenderam a estratégia de eliminar deficiências que o banco apresentava.

Reforços

Uma delas era a necessidade de ampliar a presença no Estado de São Paulo, o que foi feito com a compra da Nossa Caixa, vendida pelo governo paulista. Outra era reforçar a operação de financiamento de automóveis, o que veio com a entrada no capital do Banco Votorantim.

O Grupo Vorotantim foi apontado como um dos mais afetados por prejuízos com derivativos de câmbio, durante a crise de 2008. Na época, a venda do controle do banco foi vista pelo mercado como uma tentativa da família Ermírio de Moraes de levantar recursos.

Hoje não temos no mercado interno nenhum tipo de situação que vá agregar alguma correção de deficiência do banco na sua estratégia”, disse Bendine. “Não temos perspectiva de aquisição interna”, afirmou.

Bendine participou, nesta terça-feira (9/8), de encontro com jornalistas para divulgar os resultados trimestrais do BB. Entre abril e junho, o banco apresentou lucro líquido de 3,357 bilhões de reais, um aumento de 23% sobre o mesmo período do ano passado.

Fonte:exame09/08/2011

Nossa Caixa

INCORPORAÇÃO DA NOSSA CAIXA PELO BB COMPLETA DEZ ANOS

No dia 30 de novembro completam-se dez anos da incorporação do Banco Nossa Caixa pelo Banco do Brasil, em uma aquisição que custou R$ 5,38 bilhões, com pagamento efetuado em 18 parcelas. A data marcou a incorporação societária oficial do banco e a consequente extinção do CNPJ, assim como a alteração de sua hierarquia, que se subordinou à do BB. A partir de então, os funcionários da instituição paulista puderam optar por seguir a carreira no banco federal.

A venda da Nossa Caixa foi precedida por reunião entre o então governador de São Paulo, José Serra, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao concretizar a compra, o BB passou a somar, à época, R$ 53,4 bilhões em ativos, que já totalizavam R$ 459 bilhões antes da operação. Com isso, a instituição subiu para R$ 512,4 bilhões em ativos totais, já contabilizados também aqueles oriundos do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e Banco do Piauí (BEP).

images

A compra da Nossa Caixa foi agilizada pela edição, por parte do presidente Lula, da Medida Provisória 443, que autorizava o BB e a Caixa a adquirirem, com menos burocracia, instituições financeiras públicas e que passou a permitir a compra de bancos privados. Na época da incorporação pelo BB, a Nossa Caixa possuía então 547 agências e cerca de 15 mil funcionários.

A Nossa Caixa era uma sociedade de economia mista, da qual o Estado de São Paulo detinha diretamente 71,25% das ações ordinárias. A lei nº 10.853 de 16 de julho de 2001, promulgada pelo então governador Geraldo Alckmin, autorizou o Estado a vender até 49% de suas ações.

Incorporação

Na migração das agências, os clientes tiveram de mudar números de conta e senha. Por outro lado, ganharam acesso a um portfólio maior de produtos e serviços, como fundos de investimento, cartões, seguros e previdência. O banco equiparou tarifas, taxas de juros e benefícios, para que nenhum cliente saísse perdendo com a migração.

Para os funcionários da Nossa Caixa foi criado um PDV na época. O plano foi destinado aos altos funcionários do banco em funções estratégicas ou com 15 anos ou mais de casa e acima dos 50 anos de idade. Os cargos incluíam assessor de diretoria, assistente jurídico, coordenador especialista de processos, coordenador de processos, gerentes de departamento, gerentes de divisão e gerentes regionais.

As condições incluíam o pagamento de verbas rescisórias, mais três salários para cada ano faltando para a aposentadoria –acrescidos de indenização adicional prevista em convenção coletiva, limitada a 20 salários. Além disso, o BB ofereceu contribuição ao INSS até a aposentadoria (limitada a 48 meses) e multa de 40% do FGTS… Leia mais em agebb. 28/11/2029