A rede de academias Bodytech contratou o Bradesco BBI para encontrar um novo acionista, injetando capital no caixa da empresa, apurou o Pipeline. O banco começou conversas informais com fundos de investimento nos últimos meses, mas a expectativa é que as tratativas engrenem no início do ano que vem, com um balanço operacional melhor e o avanço na redução de juros.

A empresa encerrou o ano passado com prejuízo de R$ 72,8 milhões e patrimônio líquido negativo em R$ 62 milhões – o que rendeu comentário do auditor, a BDO, sobre incerteza de continuidade do negócio. O balanço espelha as dificuldades originadas na pandemia, com unidades fechadas, seguida da veloz alta da Selic. A mudança de cenário aconteceu justamente quando o grupo vinha ajustando sua estratégia de mercado, numa revisão da rede com a marca Fórmula.

Ao Pipeline, Luiz Urquiza, CEO e acionista da Bodytech, confirma a busca por um investidor, o que dependia de uma melhora operacional do negócio, já em marcha. Ainda que não tenha números fixos de aporte e participação, a intenção inicial é buscar um aporte na casa de R$ 150 milhões.

“Temos um desbalanceamento na estrutura de capital, que requer a busca por uma solução que melhore essa estrutura, os indicadores de alavancagem e o PL negativo. Uma captação primária vai possibilitar esse reequilíbrio, com menor impacto do resultado financeiro também pelas taxas de juros em queda, ainda que numa velocidade menor do que gostaríamos”, diz o empresário.

Para colocar o mandato na rua, a melhoria de desempenho era fundamental. “A Bodytech vai fechar o ano com cerca de R$ 510 milhões de receita operacional bruta e um resultado operacional de R$ 82 milhões, o que já é um patamar superior a 2019. Naquele ano, a receita foi de R$ 486 milhões e o Ebitda de R$ 64 milhões”, diz o CEO.

Nos últimos meses, o Ebitda anualizado já aponta para a casa de R$ 100 milhões, afirma. “Este foi um ano de recuperação. Estamos colhendo os frutos de um momento muito duro, que obrigou as empresas a buscar ainda mais eficiência.”

A base de clientes voltou a crescer, hoje acima do pré-pandemia, por iniciativas maiores no segmento infantil e parceria com a Gympass para o público corporativa, bem como investimento em tecnologia, que rendeu ganho de produtividade. Mas se o resultado operacional é positivo, o mesmo ainda não acontece com o resultado financeiro…. leia mais em Pipeline 27/10/2023