Para executivo, sinergia deve trazer ganhos de R$ 1 bilhão nas próximas três safras de cana-de-açúcar

No primeiro ano-safra após a fusão das operações de açúcar, etanol e bioeletricidade da BP com a Bunge, o resultado em 2020/21 das onze usinas que compõem a joint venture deverá ser o melhor da história. O presidente do conselho da BP Bunge Bioenergia, Mario Lindenhayn, diz ao Broadcast, serviço de notícias do Estadão, que os números fechados serão publicados em junho, mas já dá para fazer a projeção considerando que a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul está praticamente encerrada.

BP Bunge

De acordo com ele, a sinergia entre as duas empresas deve trazer ganhos de R$ 1 bilhão nas próximas três safras, em boa medida porque as equipes comerciais se complementam. Enquanto a da Bunge era forte na comercialização de açúcar, a da BP tinha expertise em etanol e energia.

Além disso, a companhia tem um programa de integração das operações com mais de mil iniciativas no radar nas áreas de suprimentos, comercial e logística. “A BP e a Bunge não se uniram por necessidade, mas por oportunidade”, afirma Lindenhayn.

A união tem facilitado a antecipação das vendas de açúcar, para aproveitar os altos preços em reais, e deve contribuir para margens de lucro e receita maiores. A companhia já fixou valores para cerca de 80% da commodity na temporada 2021/22, que começa em abril no Centro-Sul, e de mais de 40% para 2022/23, que só se inicia em abril do ano que vem.

Os ganhos também vêm do campo: a produtividade média da atual safra deve ser de cerca de 85 toneladas de cana por hectare, mais de 10% acima da temporada anterior.

“Os preços das commodities subiram e mostramos comercialmente os avanços da nossa diversidade, com açúcar, etanol, cogeração e, desde 2020, com os CBios”, diz Lindenhayn, referindo-se aos certificados de descarbonização negociados com as distribuidoras de combustíveis.

Augusto Decker, Mariana Durão, Tânia Rabello, Isadora Duarte e Leticia Pakulski Agência Estado -Leia mais em novacana 22/02/2021