Com o novo corte da Selic, o Brasil fica na 27ª colocação do ranking mundial de juros reais.
O Brasil entrou no grupo de países com juro real negativo, após o Banco Central decidir cortar a taxa básica de juros (Selic) de 3% para 2,25% ao ano, nesta quarta-feira (17). Com isso, a taxa real do país ficou negativa em 0,78% ao ano, segundo ranking divulgado pela Infinity Asset e pelo site Money You.
Juro real é a taxa de juros descontada pela inflação de um período. Quando o juro real fica negativo, significa que a remuneração fixada pelo Banco Central é menor que a desvalorização do dinheiro ao longo do tempo.
No caso, o levantamento considera a inflação projetada para os próximos 12 meses, de 3,05%. Na última década, o Brasil figurou entre os países com os maiores juros reais do mundo, mas a situação mudou drasticamente desde que o BC iniciou um agressivo ciclo de corte de juros, em julho de 2019.
Com o novo corte da Selic, o Brasil fica na 27ª colocação do ranking mundial de juros reais, que inclui 166 países. São apenas 9 países no mundo, no momento, com juro real positivo.
Sem considerar a inflação, o Brasil é o 11° país do mundo com os juros mais altos, atrás de países como as Filipinas e à frente da Malásia.
Mundo abaixo de zero
No ranking, 67,5% dos países optaram por manter os juros, enquanto 30% cortaram suas taxas recentemente, e somente 1 deles decidiu pela elevação. Do total de países da lista, a média de juros reais no mundo está negativa em 0,40% ao ano, pelo critério do ranking.
Os juros negativos entraram em cena após a crise internacional de 2008, quando os países desenvolvidos da Europa e os Estados Unidos reduziram suas taxas para estimular as economias, em um ambiente de inflação extremamente baixa. A tendência chega com atraso ao Brasil, que sempre esteve habituado a lidar com os juros reais mais altos do mundo.
Os países da América Latina entraram recentemente no terreno dos juros reais negativos. É um efeito colateral de políticas que tentaram frear os estragos econômicos trazidos pela Covid-19. É o caso do Chile, que derrubou sua taxa de juros para 0,50%, ficando com uma taxa real negativa de 1,50%. Segundo projeção do Bradesco, países como o México devem, em breve, também entrar no time dos juros reais abaixo de zero…….  por Taís Laporta Leia mais em investnews. 17/06/2020