Organizadoras já não encontram datas neste ano e em 2014. País tem 800 feiras por ano e já é o sétimo colocado na recepção de congressos, principalmente na área da saúde

Depois de um longo período de estagnação, principalmente por conta da escassez de espaços capazes de abrigar grandes eventos, o mercado de feiras e congressos está aquecido no país e as empresas organizadoras destes eventos já têm dificuldade para encontrar datas este ano e também em 2014. 

Segundo Armando Campos Mello, da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe) e do Sindicato das Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos (Sindiprom/SP), são realizadas cerca de 850 feiras no país, sendo 300 delas só em São Paulo. Ele comenta também que este é um mercado que acompanha o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ou cresce um pouco acima dele.

 “O Brasil já é o sétimo país do mundo em recepção de congressos. E, neste tipo de evento, o setor da saúde é o que mais se destaca. Os eventos esportivos também têm crescido no país”, ressalta. “Já nas feiras, por serem uma atividade de promoção comercial, os setores que mais se destacam são turismo e hotelaria, além de construção civil e segurança”, completa.

 Ligia Amorim, diretora da NürnbergMesse Brasil, conta que 50% do faturamento global do grupo já vem do país. “Temos metas audaciosas. Estamos desde 2009 por aqui, onde o faturamento é de € 7 milhões. Esperamos chegar aos € 25 milhões até 2020”, afirma. A empresa tem buscado diferentes setores em que há demanda por esses eventos. Um exemplo disso é a Pet Rio Vet, realizada em parceria com a LK Eventos, de 20 a 22 de agosto, no Rio de Janeiro, e que será uma plataforma de negócios do setor pet e veterinários.

 “As feiras têm se mostrado cada vez mais importantes para qualquer setor da economia, pois são uma oportunidade de ver o que o concorrente está fazendo, observar as tendências, se relacionar com clientes e fornecedores e disseminar as informações do mercado. Uma das vantagens do Brasil é que o país cresce de forma consistente”, lembra Ligia.

 Diretor-geral da UBM Brazil, organizadora de eventos como a NavalShore, no Rio, Joris VanWijk concorda. “Nos últimos quatro anos, observamos um crescimento grande de organizadores destes eventos no Brasil. A feira é uma ferramenta eficiente para as empresas que querem chegar ao mercado. Como a internet distanciou o comprador do vendedor, as feiras ficaram ainda mais importantes para que haja contato entre as partes uma vez por ano. Nossos clientes em outras partes domundo pedem feiras no Brasil”, diz.

 A UBM Brazil organizará 13 feiras este ano no país que, junto com a China, é o mercado que mais cresce. O grupo tem faturamento anual US$ 1,2 bilhão.

 Para Martina D”Avila, diretora da Veredas, produtora de eventos do grupo GL, que tem clientes como , Rede D”or e Multiplan, o mercado brasileiro ainda tem grande potencial de crescimento, que deve ser impulsionado pelos grandes eventos que o país sediará. “Empresas têm que estar preparadas para 2017, 2018 e 2019, os anos pós-Olimpíadas.

 O Brasil é responsável por cerca de 6% da receita global da GL. A previsão é que cheguemos aos 14%. O país já é a filial mais importante, perdendo apenas para a França, nossa sede”, destaca.

 Apesar de ainda haver uma concentração de eventos em São Paulo e no Rio, outras cidades como Belo Horizonte, e algumas do Nordeste, como Salvador, Fortaleza e Recife, começam a aparecer como opções. “Organizamos as feiras onde há o maior número de compradores do setor em questão. A maior parte acontece em São Paulo por esse motivo. A infraestrutura não é mais um problemas. Ela já começa a chegar ao Nordeste”, comenta Van Wijk.  Gabriela Murno | Brasil Econômico
Fonte: resenhaletrônica.fazenda 14/08/2013