Sigga. Guarde este nome. Tudo indica que esta empresa mineira será uma das
novas grandes companhias nacionais com projeção no mercado de tecnologia da
informação (TI) internacional, principalmente agora, com o aval da alemã SAP.
Com clientes de peso, como Vale, Copasa, Cemig, e Acelor Mittal, entre outros, o
grupo negocia agora aportes através de private equity em que, caso seja
confirmada a negociação, a projeção é passar das atuais 11 mil licenças
comercializadas no Brasil para até 60 mil este ano.

 De acordo com o diretor-geral da empresa, Warley Borges, que fundou a Sigga há
cerca de dez anos com dois sócios, a projeção internacional começa a acontecer
com força, depois da abertura de um escritório no México, além de visitas a várias
feiras internacionais, como a Sapphire Now 2012, que terminou ontem (16) em
Orlando, na Flórida (EUA).

 Com um estande entre os mais de 270 expositores do evento promovido pela SAP,
a empresa brasileira garante que, além de ter sido assediada para firmar parcerias
com grupos estrangeiros interessados em entrar no mercado brasileiro, teve a
prospecção de mais de 100 negócios com investidores norte-americanos. “Este é,
inclusive, o nosso plano. Entrar com mais atenção nos negócios em regiões como
os Estados Unidos e o Canadá, além do mercado europeu”, declarou.

 Oportunidades

 Sem abrir números, o empresário ressalta, porém, que o Brasil ainda é o grande
filão e deve receber realmente maior atenção de aportes estrangeiros nos próximos
três anos. “Creio que existem ainda grandes segmentos em termos de possibilidade
de novos negócios no Brasil, principalmente em áreas como óleo e gás e offshore,
ou outras que demandem informações ágeis”, comentou Borges.

 Além disso, ele garante que a imagem de que o País ainda não é um polo de
referência na área de tecnologia está mudando, “felizmente. Sem dúvida, nos
próximos três anos o mercado interno crescerá muito, Tenho certeza de que todo
mundo vai para lá [para o Brasil]”, explicou.

 Mobilidade

 Hoje, mobilidade é uma realidade que permite uma expressiva economia de tempo.
Com um computador à mão e todas as informações que possam ser necessárias,
agora é possível que os usuários reduzam o número de erros, e a eficiência
aumenta ainda mais. É o que explica Romeu Sciotta, sócio e diretor da empresa.
Ele ressaltou que a ideia este ano é reforçar os investimentos em marketing,
inclusive para projetar a Sigga. E comemora: “Hoje temos cerca de 700 pessoas da
SAP que comercializam nosso produto, fora nossa própria equipe [200 pessoas,
entre pesquisadores, consultores e a área de vendas]. Temos certeza, porém, de que este número vai triplicar ainda este ano”, disse ele, apesar de não abrir
números referentes a investimentos.

Conforme estimativas de mercado, a Sigga está na faixa de empresas que
faturaram de R$ 25 milhões a R$ 50 milhões no ano passado, mas tudo indica que
a empresa irá triplicar de tamanho nos próximos dois anos. “É importante mostrar
como temos muitas empresas brasileiras que têm demonstrado serem importantes
cases de negócios”, completa.

O País tem muitas pessoas envolvidas em desenvolvimento de tecnologia, e
precisamos divulgar isso. Inclusive aqui mesmo, na Sapphire Now 2012, temos
cerca de 200 pessoas do Brasil, entre empresários e consultores, fora o pessoal da
área de comunicação”, lembrou o presidente da SAP Brasil, Luís César Spalding
Verdi, durante o encontro que aconteceu de 14 a 16 de maio no Orange County
Convention Center, em Orlando, na Flórida (EUA).

Uma das estratégias da SAP debatidas no evento, aliás, é a do crescimento da
computação em nuvem (cloud computing) como a maior tendência para o setor de
TI nos próximos anos – por conta, até, do aumento da questão de mobilidade na
área de telecomunicações.

Ontem, no último dia do Sapphire Now, o assunto foram soluções móveis como
aposta de negócio da SAP para este ano. Mark Crofton, vice-presidente de Soluções
Móveis na SAP América Latina & Caribe, apresentou o cenários e as perspectivas de
futuro das soluções SAP para este mercado, dizendo inclusive que no Brasil as
perspectivas são as melhores por conta do crescimento do mercado em potencial.

No segmento de aplicativos móveis, Crofton mencionou que a meta da SAP este
ano é saltar de 200 para 1.000, e apresentou diferentes aplicativos que já estão
disponíveis para os dispositivos móveis: aprovação de solicitação de compras, e
despesas de viagem, entre outros. De acordo com Crofton, os investimentos dos
clientes nesse setor chegarão a 36 bilhões em 2015. O número de clientes da
companhia, de acordo com ele, deve saltar de 1.000 para mais de 2.500 no final de
2012.Por Camila Abud
Fonte: DCI 17/05/2012