A Cacau Show anunciou nesta terça-feira (20/2) mais um passo em direção ao lançamento de seu próprio parque de diversões: a aquisição do lendário Grupo Playcenter, dono do parque Playcenter Family e da rede Playland, que faturou cerca de R$ 100 milhões em 2023. O valor da transação não foi revelado. O processo ainda deve ser analisado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A empresa não deu detalhes sobre a inauguração de um parque próprio, o que já vem sendo aventado há algum tempo, mas Alê Costa, fundador da Cacau Show, diz que a negociação se deu pela “compra da experiência”, que o ajudará a realizar o “sonho grande”. O empreendedor já falou algumas vezes sobre a intenção de abrir um parque temático em São Paulo. Vanessa Costa, presidente da Associação Brasileira de Parques e Atrações (Adibra), foi quem estreitou o contato entre as duas empresas.

Marcelo Gutglas já vinha pensando na sucessão do grupo e disse que viu em Alê alguém que poderia dar continuidade ao legado construído ao longo de cinco décadas. “Ele é a única pessoa para quem eu venderia a minha empresa. Um legado construído com tanto sacrifício por mais de 50 anos”, diz. Os dois tratam o movimento como uma “passagem de bastão”.

Cacau Show anuncia compra do Playcenter

Hoje, o Grupo Playcenter tem um parque indoor, o Placenter Family, na zona leste de São Paulo (uma nova unidade será inaugurada em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana da capital), e sete unidades do Playland. Ao todo, são 500 funcionários, sendo cerca de 70 na parte administrativa. Gutglas deve continuar no negócio como conselheiro, e os diretores também se mantêm. Após a aprovação do Cade, que Alê tem expectativa de que aconteça em até 30 dias, a empresa vai analisar como fazer a fusão dos negócios. “É natural que o negócio cresça e evolua”, diz.

A princípio, as unidades do Playland e Playcenter Family devem ganhar um incremento na parte gastronômica, com oferta de comidas e bebidas vindos da Cacau Show. As lojas também devem ganhar elementos que remetam à marca de chocolates, bem como os personagens criados para os produtos, como os Chocomonstros.

Alê diz ainda não saber se a operação gastronômica será gerenciada pelos franqueados mais próximos aos parques. A loja do Shopping Eldorado, onde ocorreu a coletiva, é operada pela própria franqueadora.

Vanessa Costa, presidente da Adibra, diz que as duas empresas têm “sinergias claras”, e que o país deve ver nascer “um novo conglomerado de entretenimento” com essa negociação. “Foi algo que pegou a todos de surpresa. O Playcenter parecia ser uma ‘empresa invendável’, mas foi uma identificação muito grande entre os dois”, diz.

De acordo com ela, as marcas devem se complementar, mas a Cacau Show deve enfrentar novos desafios com a entrada oficial no ramo de parque de diversões. “Uma coisa é trabalhar com varejo, onde eles já são extremamente consolidados, outra é quando recebe clientes para passarem horas dentro do seu estabelecimento, mas acredito que será um aprendizado mútuo”, diz… leia mais em PEGN 20/02/2024