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Dando sequência à estratégia de aquisições já anunciada, a operadora de saúde Care Plus está comprando o centro de imunização Vacinar. O negócio, que será oficialmente anunciado nesta quarta-feira (20), é a terceira operação da companhia desde que foi comprada pelo grupo britânico Bupa, em 2016. O valor do negócio não foi revelado.

A Vacinar é uma clínica de imunização fundada em 1997, que aplica mais de 400 mil doses por ano e atende a empresas de todos os portes (e atua também no varejo). A companhia tem um modelo asset light e apenas uma unidade em São Paulo, no Brooklin, pois promove campanhas de vacinação dentro das próprias empresas que a contratam.

Isso, inclusive, foi um diferencial para a aquisição, pois permite uma expansão da operação sem a necessidade de unidades físicas. “Além disso, como a Vacinar tem um know how de fazer campanhas de vacinação dentro das companhias, existem sinergias comerciais a serem capturadas”, afirma Ricardo Salem, diretor-executivo da Care Plus.

Care Plus compra clínica de vacinação

A compra também está alinhada ao objetivo da empresa de oferecer soluções em saúde corporativa, tanto na operação de planos de saúde quanto de saúde ocupacional. “Ajuda no relacionamento com as empresas e impacta na renovação. Nenhum RH gosta de ter vários fornecedores”.

Salem ressalta ainda que as bases de clientes das empresas são complementares – enquanto o centro de imunização atende a cerca de 500 empresas de todos os portes, a Care Plus é mais focada em grandes empresas dos setores de tecnologia e do mercado financeiro. “Não tem tanta intersecção”.

Fundada em 1992, a Care Plus atua principalmente no segmento corporativo premium, mas também tem planos odontológicos e um braço de saúde ocupacional. A empresa atende atualmente a cerca de 600 mil beneficiários (480 mil em planos de saúde e odontológicos e mais 120 mil pessoas em saúde ocupacional) e 1,6 mil empresas. Eram 500 companhias antes da aquisição da Inpao, que trouxe mais de mil CNPJs para o grupo em julho, mas a operadora de saúde ainda é o core business, com mais de 90% da receita.

A compra do Inpao Dental, uma operadora de planos odontológicos, quadruplicou o número de vidas da empresa no segmento. Antes das aquisições deste ano, a última havia sido em 2020, da Qualiwork (que se tornou o braço de saúde ocupacional da Care Plus).

Crescimento via aquisições

Com um cheque de milhões no bolso, a Care Plus negocia mais três M&As para 2024 (a conclusão de uma outra aquisição, que tinha a expectativa de ser anunciada ainda neste ano, ficou para o próximo).

A estratégia da Bupa no Brasil, desde o início, era crescer via aquisições. Mas a concorrência (e os valuations) dos últimos anos no setor de saúde fizeram com que o grupo tirasse o pé e esperasse o mercado ficar mais “racional”. “Não participamos daquela indisciplina financeira do mercado. Agora, estamos mais ativos”, afirma o CFO Manny Roman. “Mas temos apetite a risco e capital para fazer vários M&As”.

O grupo britânico tem presença em mais de 190 países, e o objetivo é se tornar um dos três maiores players no Brasil no médio/longo prazo. Para isso, tem se aproveitado que grandes players listados do setor estão endividados e/ou digerindo aquisições recentes, como é o caso da Rede D’Or com a SulAmérica, da Hapvida com a NotreDame Intermédica e do Fleury com o Hermes Pardini.

Esse crescimento envolve também uma maior diversificação, pois a Care Plus ainda está concentrada em São Paulo (onde estão as grandes empresas). “Miramos um crescimento geográfico também, pois hoje grande parte da carteira ainda é em São Paulo”, afirma Salem. “Nós já estamos no Rio, mas queremos crescer mais. Outra cidade é Campinas, que tem muita empresa de tecnologia e que recebeu muitas pessoas que moravam em São Paulo e se mudaram por causa da pandemia”.

Para os próximos M&As, o foco da Care Plus continua sendo o de fazer aquisições de empresas que tenham soluções complementares ao seu core business – e que possam ampliar a gama de produtos e serviços oferecidos pela empresa, como é o caso da Vacinar. Roman diz, inclusive, que a transação não pe para “comprar lucro” ou buscar um negócio de maior margem, “mas sim de ampliar o relacionamento 360º com os nossos clientes”…. leia mais em InfoMoney 20/12/2023