Com 48 empresas em seu portfólio, incluindo 15 dos 25 unicórnios latino-americanos, o SoftBank Latin America Fund é referência quando se trata de selecionar negócios promissores na região.

Banco Inter, MadeiraMadeira, Gympass, Quinto Andar, Mercado Bitcoin e Rappi são apenas alguns dos nomes que já receberam um cheque do Latin American Fund — fundo do conglomerado japonês voltado a investimentos na área de tecnologia da região.

Mas como escolher os possíveis vencedores em meio a tantas alternativas? Só aqui no Brasil, por exemplo, foram criadas 3,4 milhões de novas empresas no ano passado, de acordo com dados do governo federal.

Líder do SoftBank no Brasil e parceiro operacional do SoftBank Group International, Alex Szapiro explica que diversas variáveis são consideradas pelo “modus operandi” do grupo.

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“É um processo muito analítico, de fazer extrapolações de modelo de negócios, de receita, de retorno sobre o investimento, olhar os múltiplos e compará-los com o resto da indústria”, conta o executivo na edição desta semana do RadioCash, podcast da Empiricus Research apresentado por Jojo Wachsmann, sócio-fundador da Vitreo, e pelo analista Richard Camargo.

Além disso, fatores não tão ortodoxos também entram na conta: “Em muitos casos temos um time fantástico de investimento que gasta semanas em análises que chegam a 50, 60 ou 80 páginas, então tem muita ciência por trás disso. Mas tem também muita não-ciência, know how do time, apostas e diversidade”.

Longo prazo é crucial

Szapiro, que também já foi CEO da Amazon Brasil, afirma que outro ponto importante da filosofia de investimentos do SoftBank é o pensamento de longo prazo: “acho que esse é o grande desafio do venture capital, porque muitas das teses [dos negócios] não ficarão claras na semana que vem e nem no próximo mês.”

Como principal limited partner do Latin American Fund, o grupo garante a tranquilidade para permanecer no negócio pelo tempo necessário, inclusive após uma possível abertura de capital.

“Se a empresa é boa, não necessariamente porque aconteceu o IPO [Oferta Pública Inicial, da sigla em inglês] é preciso sair. A grande frustração de um venture capital não é só uma empresa que não deu certo ou que você deixou de investir, mas é sair na hora errada”.

Oportunidades locais

A frente do SoftBank aqui no Brasil há pouco mais de sete meses, Szapiro acompanhou o lançamento do SoftBank Latin America Fund II, que elevou para US$ 8 bilhões o total reservado para investimentos na região.

O executivo aponta que, antes da chegada do conglomerado japonês, havia uma desproporcionalidade gritante entre o tamanho da população e importância econômica da região e a quantidade de recursos disponíveis para o venture capital latino-americano.

“Temos um monte de coisas quebradas: questões em relação à educação, à burocracia, à logística, à medicina. São grandes oportunidades, grandes problemas para serem resolvidos e com muito talento disponível”…Saiba mais em seudinheiro.18/11/2021