O volume de investimentos em startups e a quantidade de rodadas bateram recorde em 2021. Segundo dados do Inside Venture Capital, relatório produzido pelo Distrito, plataforma de inovação aberta e transformação digital da América Latina, as startups brasileiras receberam US$ 9,43 bilhões ao longo do ano, distribuídos em um total de 779 transações.

Tal qual o mercado tradicional de venture capital, o investimento em startups realizado por corporações, o chamado Corporate Venture Capital (CVC), também tem crescido no País, alcançando números recordes. É o que mostra o estudo Distrito Corporate Venture Capital Report 2021.

Entre janeiro e julho de 2021, as startups receberam mais de US$ 622 milhões de grandes empresas, distribuídos em 22 aportes. O volume investido já é mais do que o triplo do aportado em 2020, ano que acumulou US$ 199 milhões, em um total de 27 negociações dessa natureza.

Outro movimento que acompanhamos é o fortalecimento de fundos “nichados”, que delimitam o escopo de investimentos em um só setor, como o das heatlhtechs, startups direcionadas para o mercado de saúde, que no período de pandemia, foram cruciais para dar suporte à população no combate à Covid-19.

Segundo dados da Associação Brasileira de Startups, existem 532 startups do segmento no País, sendo 38,2% em fase de operação. Os estados que mais se destacam com a presença dos negócios são São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

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Conheça 8 iniciativas que investem em healthtechs

Conheça abaixo oito iniciativas que trabalham para promover as healthtechs no País:

1) Aggir Ventures

O Aggir Ventures é um fundo de Venture Capital fundado e liderado por Nádia Armelin e Renato Ferreira. Nadia possui mais de 15 anos de experiência como CEO, Inovação, Marketing e Gente e Gestão em empresas de pequeno a grande porte e Renato atua há mais de dez anos em M&A, estruturação de veículos e governança.

O valor do fundo é de R$ 100 milhões e o objetivo é investir exclusivamente em healthtechs focadas em saúde para médicos, investidores estratégicos, empreendedores e grupos do setor nos estágios Seed e Series A.

O fundo pretende fazer até 15 investimentos e sua tese em saúde é bem abrangente, eles dividem o mercado em verticais, como acesso à saúde, gestão, doenças crônicas, mental health, saúde feminina, saúde masculina, dentre outras. Um dos cases do fundo é a Upflix, healthtech que identifica ineficiências e desvios na jornada do atendimento para melhorar a qualidade e a segurança da jornada do paciente.

“Acho que um grande diferencial do fundo é a rede de investidores que conseguimos montar. Nossa estratégia de captação foi voltada para construir o principal network de saúde do Brasil e fomos privilegiados por ter grandes especialistas confiando no nosso projeto – mais de 20 médicos, executivos de saúde e farma, founders de algumas das principais healthtechs do País, além de famílias donas de hospitais e clínicas”, destaca Renato.

2) Feluma Ventures

A Feluma Ventures é uma Corporate Venture Builder pertencente ao grupo FCJ Venture Builder. Criada em 2021, ela tem objetivo de desenvolver soluções inovadoras voltadas ou adaptadas para as áreas de saúde e educação em saúde. Mesmo com pouco tempo de existência, já se destaca e atrai diversos investidores, entre eles, internacionais.

O valor do fundo é de R$ 4,25 milhões e conta com 41 investidores-anjo, sendo eles 35 médicos e executivos de grandes hospitais em diversos estados brasileiros, com idade entre 25 e 50 anos. Os investidores internacionais são de países como Estados Unidos, Espanha e Portugal, que estão reinvestindo seu dinheiro no Brasil através das startups do portfólio da Feluma Ventures. Vale destacar que esse movimento é importante para aquecer o mercado financeiro brasileiro, já que esses parceiros trabalham no exterior, mas reinvestem seu patrimônio no Brasil.

A Feluma já investiu em startups de nome como a Agora Saúde, plataforma com várias soluções para a gestão de consultórios, incluindo telemedicina, pagamentos, assinatura, prescrições, agenda, entre outros.

“O papel dos investidores-anjo na Feluma Ventures é o que se chama Smart Money, que vai além do aporte financeiro. A atuação deles proporciona também a abertura de mercado, acesso a grandes hospitais e Instituições de saúde, trazendo ao ecossistema a experiência de pessoas que já vivenciaram diversos cenários como executivos e têm muito a acrescentar estrategicamente, uma vez que alguns deles já são advisors de outras Startups e fundos de investimento. Com o apoio deles, a equipe comercial da Feluma Ventures consegue vender para grandes Instituições, levando as soluções das startups aos mercados estratégicos”, destaca Rafael Kenji, CEO da Feluma Ventures.

3) MKM Biotech

A MKM Biotech é uma empresa de investimentos em biotecnologia e negócios que promovam a saúde e bem-estar. Os aportes seed (de R$ 200 a R$ 400 mil) que o fundo realiza contemplam não apenas startups, mas também pesquisas de novos medicamentos, exames, vacinas, equipamentos, entre outras iniciativas, preferencialmente no estágio pré-clínico dos ensaios.

“Valorizamos o poder da ciência e acreditamos que ideias  inovadoras são capazes de gerar um impacto positivo na saúde e bem-estar das pessoas. Nosso objetivo é encontrar novas iniciativas no campo da biotecnologia e ajudar a integrar as inovações na indústria farmacêutica. Por isso estamos nos aproximando de startups, pesquisadores, universidades e centros de  pesquisa. A ideia é inserir o Brasil no cenário de ponta da biotecnologia, devido ao seu grande potencial científico.”, destaca o CEO da MKM  Biotech, Carlos Zago.

4) Neuron Ventures

O Neuron Ventures é um fundo que investe em projetos de tecnologia voltados para o setor de saúde. Criado em 2019 pela Eurofarma, empresa farmacêutica multinacional de capital 100% nacional, o objetivo do fundo é que os investimentos fiquem na faixa de R$ 500 mil a R$ 4 milhões por empresa e que a Eurofarma possa participar do Conselho.

O valor do fundo é de R$ 45 milhõese seu foco são as startups operacionais, àquelas com produto e faturamento, mas que adicionalmente estejam à procura de novas alavancas de crescimento. Em seu portfólio já estão 10 startups entre elas: Psicologia Viva, Oli Saúde, Ocean Drop, Just for You e The Mens.

5) Farma Ventures

A Farma Ventures é uma corporate venture builder do varejo farmacêutico no Brasil. Lançada em março de 2020, a organização tem como objetivo desenvolver o trabalho de startups que atuam nesse segmento, permitindo a resolução dos principais problemas que impactam o dia a dia das redes de farmácias.

A Corporate Venture busca startups promissoras que promovam impacto socioeconômico com seus produtos e serviços. Entre os segmentos investidos estão automação PDV, soluções omnichannel, gestão de preços e estoque, serviços de saúde, inteligência de mercado, gestão de pessoal, entre outros.

Com menos de dois anos de atuação, já conta com nove startups em seu portfólio, como Proffer, Ligo e XLZ. Ao todo, elas têm um valuation (valor estimado da empresa) de R$ 42 milhões e já receberam mais de R$ 2,1 milhões de investimento captados em rodadas de investimento.

“O varejo farmacêutico demanda plataformas e sistemas tecnológicos para potencializar ainda mais seus resultados e garantir maior qualidade em seus serviços. Nossa proposta é justamente destacar e realçar as startups que se debruçam sobre esse setor e precisam de apoio para crescerem ainda mais”, explica Giovanni Oliveira, Diretor de Operações da Farma Ventures.

6) Bossanova Investimentos

A Bossanova Investimentos é o VC mais ativo da América Latina. Eles investem em startups no estágio pré-seed; Empresas B2B ou B2B2C com modelos de negócios escaláveis e digitais que estejam operando e faturando.

Em 2019 foi criado um grupo específico para investir em startups com soluções para a área da saúde com soluções tecnológicas e que já tenham mais de um ano de operação e estejam captando no seed e pré-seed. Esse Pool é liderado por grandes nomes da área da saúde, como Fernando Cembranelli, Gileno Portugal, Ewaldo Russo, Carlos Ballarati, entre outros.

Hoje o Pool Healthtech da Bossanova tem 5 startups investidas: a Carefy, MediPreço, Radar Fit, Dr.Cash e Medictalks. A Jade Utsch, CEO da Radar Fit, entrou na lista da Under 30 da Forbes Brasil, que reúne os jovens de até 30 anos mais promissores do País.

Alguns pré-requisitos do Pool são:

  • Startups inovadoras, digitais e escaláveis
  • Captação pre-seed ou seed (investimos entre R$ 100 e R$ 500 mil)
  • Modelo de negócios B2B ou B2B2C
  • Tenham mais de 1 ano e meio de fundação
  • Já tenham encontrado o PSF (problem-solution-fit)
  • Produtos/serviços validados, operacionais
  • Faturamento mínimo de R$ 20 mil mensais
  • Próximas ao break-even ou com visão clara para alcançá-lo
  • Bônus: ter recebido investimento anjo ou ter sido acelerada

7) Kortex Ventures

O Kortex Ventures é um dos maiores fundos de Corporate Venture Capital de saúde no Brasil. Ele é resultado da união da expertise e capilaridade de dois dos mais importantes grupos de saúde do País: o Sabin e o Fleury.

Indo além do conceito “smart money” e se posicionando como um fundo de “strategic money”, o Kortex realiza aportes em startups que tenham sinergias com os negócios de ambas as companhias e atua como o elo centralizador de informações, identificando oportunidades, avaliando a tomada de ações para gerar valor nas empresas investidas. O objetivo do fundo é investir até R$ 200 milhões em healthtechs nacionais e estrangeiras, em até 4 anos.

“O investimento no Kortex é mais uma etapa do plano do Grupo Sabin para fortalecer o ecossistema de saúde, posicionando a empresa como parceira estratégica de empreendedores e de negócios. Além do investimento, buscamos entregar uma plataforma de conhecimento, desenvolvimento e validação de tecnologias, produtos e serviços com maior velocidade e consistência. Nosso objetivo é apoiar empresas que transcendam a medicina diagnóstica, contribuindo com soluções inovadoras para os cuidados integrados da saúde”, destaca Lídia Abdalla, presidente do Grupo Sabin.

8) Holding Saúde Ventures

A Holding Saúde Ventures é uma venture builder do setor de saúde que seleciona de forma contínua startups e inovações aplicadas. Desse modo, no universo 4.0, o foco é a incorporação da Inovação Aberta (Open Innovation).

O objetivo é apoiar negócios em suas fases iniciais e, ao mesmo tempo, resolver a dor do investidor-anjo, que está ligada ao risco de selecionar e investir de forma isolada, podendo contar com uma empresa de participação com portfólio de startups, em um ambiente gerenciado em conjunto com outros investidores. Para as startups eles oferecem: infraestrutura, know-how, acesso a canais de mercado, rede de mentores, modelagem de negócios, serviços contábeis e jurídicos, além de suporte nas áreas de Marketing, Vendas e Produto.

Na sua tese de investimentos estão Inteligência Artificial aplicada a diagnósticos, engajamento e melhoria de performance terapêutica do paciente, gestão de imagens e diagnósticos, sensores IOT para saúde e medicina baseada em valor e mais.

Em seu portfólio estão startups como a SIM – Sistema Integrado de Multibeneficios, que tem o intuito de oferecer acesso a serviços de qualidade na área de saúde, educação, lazer e bem-estar e a IZA, ferramenta que se propõe a agilizar o processo de psicodiagnóstico, oferecendo uma solução simples e descomplicada aos profissionais da saúde para que se dediquem ao cuidado do que realmente importa, a saúde dos seus pacientes.

Segundo dados da Distrito, consultoria que faz a ponte entre grandes empresas e startups, somente no Brasil em 2020 foram US$ 52 milhões  investidos em startups focadas no setor de saúde. Com o objetivo de continuar contribuindo e potencializando o crescimento dessas empresas, a fim de tornar a saúde mais acessível a todos, os fundos listados nessa matéria procuram investir em projetos inovadores e que façam a diferença na sociedade… leia mais em Startupi 02/03/2022