Em 2005, Rupert Murdoch, um magnata veterano com uma reputação sólida em transformar empresas em impérios, acreditava tanto no futuro das redes sociais que comprou o MySpace por US$ 580 milhões. Ele realmente tinha acertado, mas errou na compra.

As redes sociais são o futuro, mas quem brilharia seria outra empresa, o Facebook, fundado 1 ano antes da compra do MySpace, em um quarto do alojamento da universidade de Harvard. Alguns anos depois Murdoch vendeu o site por 6% do valor comprado, ou seja, US$ 35 milhões.

Atualmente a coisa anda bem mais dinâmica. O universo de aquisições e fusões tem uma natureza muito imprevisível e um produto que hoje é sucesso pode cair no anonimato do dia para a noite (vide o próprio MySpace) e fortunas podem ser jogadas fora.

As compras de companhias não é de hoje, mas os preços aumentam a cada dia. O Google comprou a Android, Inc. em 2005 por US$ 50 milhões. Imagina quanto a empresa pagaria hoje em dia. De maneira similar, a Apple comprou a NeXT por quase US$ 500 milhões, sua maior compra na história, para trazer Steve Jobs de volta à companhia.

O Facebook gastou, em 2012, US$ 1 bilhão para comprar o Instagram, valor até então bem alto, mas que nada se compara aos US$ 19 bilhões gastos este ano na compra do Whatsapp, o que equivalem a 13 vezes o lucro da empresa durante todo o ano passado. Normalmente essas compras são feitas visando patentes e funcionários talentosos, mas o mundo ainda está aguardando para saber se essa “comprinha” vai realmente valer à pena.

O site Finances Online fez uma coletânea das principais compras e fusões de companhias da área de tecnologia, bem como o desfecho delas para sabermos se valeram a pena ou não.

Se você pensa que os US$ 19 bilhões que o criador do Whatsapp embolsou da rede social foi muito, saiba que essa aquisição foi somente a quarta maior deste ano. Um acordo entre a Comcast, a Charter e a Time Warner Cable colocou mais de US$ 80 bilhões na mesa e a Activis comprou a Forest Laboratories, Inc. por US$ 25 bilhões.

O número de aquisições também aumentou bastante ao longo dos anos. Em 2009 ocorreram 1.886 operações de compra & fusões. Já em 2013 esse número subiu para 2.710. Muitas delas foram bem sucedidas, outras nem tanto, e outras foram péssimos negócios.

Um bom exemplo disso foi a compra da Motorola pelo Google, que desembolsou US$ 12,5 bilhões. A fabricante norte-americana de telefones não se recuperou e o gigante de buscas acabou vendendo os restos para a chinesa Lenovo por meros US$ 2,9 bilhões. Além disso, 4 mil funcionários da Motorola foram demitidos e a empresa perdeu uma briga com a Microsoft sobre uso de patentes que renderiam US$ 4 bilhões ao ano para a companhia.

Mas não só de erros vive o Google – obviamente vive de mais acertos. O YouTube e o Android foram duas compras que rendem bilhões anualmente para a companhia.

A Microsoft também teve suas aventuras. A mais recente foi a Nokia, que custou US$ 7,2 bilhões de dólares e que o mercado ainda espera as consequências. Em anos anteriores a empresa comprou o Hotmail e sua base de 8,5 milhões de usuários por cerca de US$ 500 milhões. Já o Skype foi comprado por US$ 8,5 bilhões e, em 2 anos, o faturamento quase triplicou, chegando a US$ 2 bilhões de dólares em 2013 – um bom negócio. Apesar dos bons investimentos, em 2007 a empresa comprou a aQuantive, uma plataforma de anúncios online, por US$ 6,3 bilhões. Resultado: 5 anos depois a companhia fundada por Bill Gates lançou a compra da empresa como um prejuízo.

A Apple também vai bastante às compras, mas estas normalmente são silenciosas, envolvem valores pequenos e normalmente em segredo. Mas isso não significa exatamente que a empresa compra pouco – pelo contrário. As compras foram tantas que, no ano passado, a companhia de Cupertino declarou ter gasto US$ 11,2 bilhões em aquisições, além de US$ 1,02 bilhão em aquisições de negócios em dinheiro.

Veja abaixo o infográfico publicado no Finance Online e traduzido pelo Canaltech: