Ainda que limitado, tem crescido o interesse de fundos de Private Equity (PE) por startups brasileiras. É o que aponta o estudo As direções de Venture Capital e Private Equity no Brasil, produzido pela plataforma de inovação aberta Distrito, em parceria com a Private Equity Bay, empresa de inteligência especializada no setor. Desde 2011, o Brasil acumula um total de 54 transações, que juntas somam R$ 6,6 bilhões. Entre 2011 e 2016, a média de deals foi de 3 investimentos dessa natureza por ano. Entre 2017 e 2020, a média passou para 8,5 deals a cada 12 meses.

Normalmente, esses investimentos são destinados a startups mais maduras, com crescimento significativo, o que dá ao investidor maior segurança. MadeiraMadeira, Omie, Pixeon e Stone Pagamentos são algumas das empresas analisadas pelo levantamento. Muitos dos aportes recebidos por essas startups se deram em conjunto com fundos de Venture Capital. Entre as gestoras de VC por trás das principais investidas de PE, estão Kaszek, monashees e Valor Capital Group de acordo com o levantamento. Já entre os fundos mais atuantes neste universo, destacam-se o Goldman Sachs & Co, Riverwood, Temasek e General Atlantic.

“Os investidores de Private Equity estão cada vez mais atentos aos aportes que ocorrem no ecossistema de inovação e buscam se conectar com os principais investidores de Venture Capital justamente para que possam participar das melhores rodadas”, afirma Gustavo Gierun, cofundador do Distrito.

Segundo o relatório, a maior parte dos fundos de PE entra na rodada Series A (40%) ou Series B (26,7%), estágios em que as principais estruturas da startups já estão minimamente consolidadas, prestes a ganhar maior escala. Outros 33,3% dos investimentos em PE destinam-se a startups em estágios ainda mais avançados, em Series C, D e E. “Esses fundos são capazes de financiar as empresas em um momento onde a grande maioria dos fundos de VC nacionais não atuam”, complementa Gierun.

Os setores que mais atraem esses fundos são os de retailtech, healthtech e technology, que possuem soluções mais robustas no cenário nacional. Desde 2011, cada um desses setores recebeu oito aportes. Eles também se destacam em termos de volume aportado: healthtech concentra 31% do volume total de investimentos do período, seguido por fintechs (16,9%) e retailtech (11,3%).

“De maneira geral, o investimento em startups de alto potencial realizado por fundos de VC e PE de forma estruturada e interseccionada tem como principais objetivos facilitar o crescimento acelerado da empresa, seja pela expansão de operações e contratações, pela entrada em novos mercados ou mesmo pela consumação de aquisições estratégicas. A esta tese damos o nome de growth capital, que vale destacar, tem se mostrado eficaz”, afirma Gierun.

“Isso porque, embora empresas financiadas por VC tenham inicialmente fluxo de caixa e lucro operacional negativos, a maioria das startups analisadas pelo levantamento obteve lucro operacional nos anos próximos ao do investimento de PE, mantendo um forte crescimento de receita”, afirma Leonardo Ribeiro, fundador e CEO da Private.. Leia mais em segs 23/07/2021