A logtech Cargo Sapiens acaba de receber seu primeiro aporte institucional. A gestora DGF investiu US$ 1,5 milhão na décima companhia do portfólio de seu sétimo fundo. Criada pelo mineiro David Pinheiro, a Cargo Sapiens é uma plataforma de comparação e contratação de fretes – marítimo, aéreo, rodoviário, multimodal –, que promete agilizar e reduzir os custos para gigantes exportadoras, como ArcelorMittal, Vale e Usiminas. O trio já usa a plataforma de Software as a Service (SaaS) da logtech.

A DGF encontrou a Cargo Sapiens na lista 100 Open Startups, plataforma brasileira de inovação aberta. Outros fundos fizeram o mesmo, mas as conversas se afunilaram ao longo de seis meses. “A companhia já tem grandes clientes, o que ajuda a atrair novos. E o modelo de SaaS, que é uma tese que a gente gosta muito da gestora, demanda relativamente pouco capital para uma alavancagem grande do negócio”, diz Sidney Chameh, sócio da DGF.

A companhia tem mais mil provedores logísticos conectados à plataforma, com uma movimentação da ordem de R$ 10 bilhões em fretes.

Pinheiro começou a trabalhar numa companhia de logística internacional aos 21 anos, quando cursava administração, e se surpreendia com a inexistência, ao longo dos anos, de um sistema que facilitasse o processo de cotação e compra de frete. “Num paralelo com o mercado de turismo, é como se ainda hoje um turista recebesse pdfs de três agências de turismo para comparar uma cotação”, diz o fundador e CEO da Cargo Sapiens. “Mais de 98% do mercado comprador de frete é assim, cotando com agentes de carga.”

Foi com essa lógica que, com 10 anos de atuação nesse mercado, ele criou a “Decolar do frete” ao final de 2017 – foram dois anos de MVP para que Pinheiro tomasse coragem de se dedicar inteiramente ao negócio, pedindo as contas no antigo emprego.

“O que tomava pelo menos 40 minutos de um comprador dá para fazer em um clique e a economia de custo vai direto para o ROI. A média de redução de custo é de 10% a 20% no item”, diz Pinheiro. Os sócios destacam outro aspecto relevante que atrai as companhias, que é a governança. “Além da questão de agilidade e custo, a gente ajuda a endereçar a caixa preta que é esse mercado de frete. São tantos processos, taxas, moedas, diferentes bases de cálculos que é um problema para o compliance das companhias”, diz o fundador.

A logtech foi ganhando tração até agora com capital próprio – e com a tarimba da clientela. O primeiro usuário do comparador de fretes foi a ArcelorMittal, o que logo demandou à novata se internacionalizar, já que a mineradora precisava do serviço na Argentina.

A conexão da Cargo com empresas possibilitaria explorar outras frentes, como serviços financeiros, com antecipação de recebíveis, seguros, câmbio. Mas não é isso que está nos planos de .. leia mais em Pipeline 30/06/2023