No Nordeste, os clientes de wealth se dividem em dois tipos: os que preferem ser atendidos pela Faria Lima porque acham que “tudo de São Paulo é melhor” – e os que só confiam em outros nordestinos, valorizam as relações pessoais e a proximidade com assessores locais.

Apostando neste último público, a Douro Capital está se firmando como o maior multifamily office com sede no Nordeste.

A Douro tem cerca de R$ 3 bilhões em ativos de pouco mais de 30 famílias da região, com uma maior concentração de famílias de Pernambuco.

A gestora é fruto da fusão de dois multifamily offices: o Hofa Capital, de Luiz Medeiros, e o Abtual, de Arthur Barros.

No ano passado, os dois MFOs se juntaram e trouxeram para a sociedade Gustavo Dias, cuja família era dona de um hospital em Pernambuco, o Prontolinda, que foi vendido para a Rede D’Or em 2007.

Douro Capital o multifamily office que já tem R$ 3 bilhões no Nordeste

Com a venda, os Dias viraram sócios da Rede D’Or, e Gustavo trabalhou na empresa dos Moll por oito anos. Na sequência, ele teve uma breve passagem pela Arbitral Finance, um MFO de famílias brasileiras em Nova York, antes de voltar ao Brasil para tocar o family office de sua família.

Na fusão que deu origem à Douro, Gustavo trouxe recursos de sua e de outras famílias próximas, tornando-se sócio do MFO, que também tem uma gestora.

Luiz fez sua carreira em firmas do Sudeste – sem nunca abandonar o Nordeste. Ele liderou a área de M&A da Deloitte no Recife, e depois geriu por oito anos os fundos de private equity que a Rio Bravo tinha na região.

Já Arthur começou como estagiário no Bompreço em 1992, e fez carreira na empresa. Quando o fundador do Bompreço, o lendário João Carlos Paes Mendonça, vendeu o negócio para a rede holandesa Royal Ahold e criou o grupo JCPM, ele convidou Arthur para assumir como CFO e, na sequência, para gerir os recursos de sua família.

Um quarto sócio é Henrique da Fonte, membro da família controladora da Raimundo da Fonte, uma das maiores empresas de bens de consumo do Nordeste. Henrique é dono da Larch Capital, um MFO de Miami com US$ 1,5 bilhão sob assessoria.

A Douro vem crescendo nos últimos anos com base nas indicações de seus próprios clientes e nos relacionamentos que os três sócios construíram ao longo da vida. A ideia é continuar assim, mas a empresa tem planos ambiciosos.

A Douro quer triplicar de tamanho nos próximos cinco anos, chegando a R$ 10 bilhões sob gestão. Esse crescimento pode envolver um M&A, “principalmente em praças onde não temos presença física, como Salvador e Fortaleza,” Luiz disse ao Brazil Journal…. leia mais em Brazil Journal 06/08/2023