Dzodan tem um unicórnio?

Facily capta US$ 250 milhões, mas não abre qual foi avaliação dos fundos.

O Facily, um e-commerce criado em 2018 que tem entre seus fundadores Diego Dzodan, ex-country manager da SAP, recebeu um aporte de US$ 250 milhões.

A empresa não abriu qual foi a avaliação do tamanho da empresa pelos investidores.

O site americano The Information falou num aporte de US$ 100 milhões, que já colocaria a empresa no almejado status de unicórnio, como são conhecidas as empresas com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão.

É uma grife para relativamente poucos no Brasil. De acordo com o Distrito, ecossistema independente de startups, são apenas 11 no Brasil: Unico,  99, Nubank, iFood, Gympass, Loggi, QuintoAndar, Ebanx, Wildlife, Loft e VTEX.

O aporte foi liderado pelo Goodwater Capital, juntamente com outros fundos como Tiger Global Management, Glade Brook Capital, GGV Capital e Monashees, que já investiram US$ 370 milhões no negócio.

O Facily tem tido uma atuação discreta, pelo menos no que tange a sua divulgação na imprensa brasileira, mas já tem números expressivos: foram vendidos R$ 124 milhões pelo app em outubro, um aumento de 200x frente ao volume no mesmo mês de 2020.

Grandes crescimentos às vezes trazem grandes problemas. Há poucos dias, a Facily fechou um acordo o Procon-SP para solucionar queixas de consumidores prejudicados por problemas que incluem atrasos em entrega de produtos e falta de reembolso.

Segundo o Procon-SP, desde o início do ano até outubro, o app registra mais de 150 mil queixas no órgão de proteção dos consumidores.

“Com os novos investimentos recebidos, a empresa irá focar na eficiência logística para acelerar as entregas dos pedidos realizados na plataforma, além de trabalhar na expansão nacional da empresa”, afirmou a companhia em comunicado à imprensa.

O Facily é um aplicativo de compras coletivas para Android e iPhone (iOS). A plataforma vende produtos de diversos segmentos, desde hortifruti a eletrônicos. Por se tratar de compras em grupo, o app oferece preços de atacado.

Em entrevista ao The Information, Dzodan disse que o benchmark do negócio é o chinês Pinduoduo, um aplicativo de e-commerce com vendas totais de US$ 13,4 bilhões nos 12 meses até junho, uma alta de 156%.

Dzodan fundou o negócio após deixar o cargo de vice-presidente do Facebook na América Latina para se juntar a dois ex-executivos do Uber e lançar um aplicativo de conexão com prestadores de serviços batizado de Facily.

O executivo argentino entrou no Facebook em 2015 e se tornou conhecido no Brasil por  uma passagem como presidente da subsidiária brasileira da SAP entre 2012 e 2013, dentro de um período de 10 anos na multinacional alemã que incluiu o comando das operações na América Latina.

Os sócios de Dzodan na Facily são Luciano Freitas, ex-gerente de marketing do Uber, e Gustavo Pontes, ex-gerente de operações e logística do Uber, além de Vitor Zaninotto, um profissional de tecnologia com pasagem por parceiros SAP como Infosys, ESS, First Team e Ingrid Macedo, ex-gerente comercial da R3WA, uma companhia cearense especializada em SAP Business One.

Os envolvidos na Facily tem experiência em negócios voltados para consumidor final que atendem grandes volumes de clientes.

Além do Uber, Freitas passou também pelo Airbnb, quando da entrada do site no país, em 2014 e foi co-fundador de uma startup de computação na nuvem, a Nuveo.

Pontes foi co-fundador do ResolveAí, um dos primeiros apps de táxis do país, ainda em 2011, e trabalhou no fundo de investimento Módulo Capital. Leia mais em Baguete 18/11/2021

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